Ceará pode trer seca em 2016, quanto a de 1998, alerta presidente da Funceme

Segundo Eduardo Sávio Martins, o relatório com o diagnóstico final só deve ser finalizado em outubro, mas já é preciso compartilhar a preocupação com a população para que todos se conscientizem quanto à utilização da água

"Essa tendência de aquecimento preocupa, porque olhando a série histórica, vemos que está muito parecido com 1997, que gerou uma seca extrema no Ceará em 1998", disse Eduardo Sávio Martins, presidente da Funceme ( Foto: JL Rosa )

O presidente da Fundação Cearense de Metereologia e Recursos Hídricos (Funceme), Eduardo Sávio Martins, afirmou, na manhã desta quinta-feira (6) em entrevista ao colunista José Maria Melo, que as condições metereológicas do próximo ano podem sersemelhantes às sentidas em 1998, ano em que o Nordeste foi atingido por uma das maiores secas da história, registrando apenas 270 milímetros de precipitações.

"O aquecimento do Oceano Pacífico tem persistido em alta, o que afeta diretamente oEl Niño. E essa tendência de aquecimento acende a nossa luz vermelha, de alerta, porque vemos que o movimento está muito parecido com o 1997, e já existem alguns comunicados de institutos como a NASA, por exemplo, apontando que esse El Niño pode superar o de 1997, que gerou em 1998 umaseca extrema aqui no Ceará", explicou Eduardo Martins. Para ele, ainda é cedo para dar uma previsão concreta, mas as projeções mostram que a situação das chuvas pode ficar bastante complicada no Estado.

Segundo Eduardo, o relatório com odiagnóstico final só deve ser finalizado em outubro, mas já é preciso compartilhar a preocupação com a população para que todos se conscientizem quanto à utilização da água, que deve ser escassa no próximo ano.

"As secretarias e os órgãos do Governo já estão implementando medidas com essecenário mais pessimista. Se não acontecer (e o El Niño for embora), ótimo, mas pelo menos nós nos mobilizamos e fomos atrás de soluções já pensando em 2016. Vamos procurar perfurar poços e construir adutoras definitivas, por exemplo", disse.


Fonte: Diário do Nordeste