Contadores são alvos de opereção



Juazeiro do Norte. O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) deflagrou, na manhã de ontem, a operação 'Contabilis' na região do Cariri, tendo como alvos contadores, contabilistas, assessores de contabilidade e pessoas físicas que teriam recebido valores por serviços não prestados ao Município de Santana do Cariri.
De acordo com o promotor Daniel Ferreira de Lira, a fraude estaria estimada em mais de R$ 400 mil, apenas em 2015. "As investigações tiveram início em janeiro deste ano, após uma auditoria interna no município", pontuou Daniel. Durante a primeira fase da operação, foi preso preventivamente o sócio da empresa Pontual Contabilidade, Airton Salviano de Lima.
Segundo as investigações, ele tinha acesso ao sistema e ao encaminhamento de pagamentos de Santana do Cariri, tendo os pagamentos sido feitos para os outros cinco envolvidos. Ele é investigado por supostamente ter pago para si mesmo e para a própria esposa a quantia de mais de R$ 75 mil no ano passado.
"Estamos investigando outras seis pessoas de cidades do interior e da capital, além de oito empresas", acrescentou o promotor de Justiça. Na manhã de ontem, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva nas comarcas de Crato, Barbalha, Juazeiro do Norte e Várzea Alegre, contra seis pessoas investigadas em suposto desvio de verbas públicas.
Ainda conforme o promotor, o grupo realizava pagamentos sem quaisquer licitações. O dinheiro era pago entre eles e depois rateado. Nos próximos dias acontecerão outras fases da operação na Capital e em cidades do Interior que não serão divulgadas para "não atrapalhar as investigações", disse.
Os mandados de busca e apreensão e o de prisão preventiva foram expedidos pelo juiz substituto de Santana do Cariri, Christiano Silva Sibaldo de Assunção. A operação contou com a participação de seis promotores, três delegados e mais de 20 inspetores da Polícia Civil.
Prefeitura
Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Santana do Cariri ressaltou que a operação teve início após "a Procuradoria e Assessoria Jurídica do município, protocolar, junto ao MPCE local, uma Notícia Crime (nº 010/2016), noticiando que haviam sido detectados alguns pagamentos sem autorização e a consequente não prestação dos serviços, verificação inicial feita através de uma simples consulta ao Portal da Transparência"

DN