A cada ano, sem chuva suficiente para irrigar a plantação, José de Sousa Pereira foi dispensando ajudantes, diminuindo a produção, até começar a se dar por vencido; primeiro em setembro de 2014, quando foi iniciado o racionamento no abastecimento para os irrigantes, que passaram a ter água apenas duas vezes por semana. Em julho de 2015, foi cessado, por completo, o bombeamento de água para os lotes, o que configurou o fim da vida produtiva, não apenas dele, mas de muitos outros, que também têm sido vítimas da escassez de chuvas.
Este ano, toda a safra de frutas foi perdida. Mas, em tempos difíceis, o maior orgulho do pequeno produtor foi ter honrado o compromisso adquirido com o banco para estruturar o lote. Os R$ 123 mil conseguidos, por meio de empréstimo, foram quitados em 12 parcelas, finalizadas há pouco, para alívio dele. "É triste ver tanto investimento, e um dia perder tudo, sem poder fazer nada. Eu perdi tudo mesmo. Eu e minha família temos sobrevivido com ajuda da minha aposentadoria e da esposa. O alívio é ter conseguido pagar as contas e não dever mais nada ao banco", disse, enquanto lançava um olhar vazio, por sobre a plantação de bananas ressequidas.
DN