Nova delação ameaça plano de Eunício Oliveira

Eunício Oliveira, pelo acordo encaminhado, será o presidente do Senado a partir de 2017

Delação premiada do ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, pode atrapalhar o projeto do senador cearense Eunício Oliveira (PMDB) de se candidatar para a sucessão do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado Federal, na eleição do início do ano.

Ao O POVO, o senador Jorge Viana (PT), atual vice-presidente da Casa, recuou sobre o prévio acordo entre os partidos de apoio ao nome da legenda com maior bancada na Casa, como é o caso do PMDB.

“A situação ficou muito grave. Estou indo para Brasília para me reunir com a bancada do PT e decidir. Não quero me pronunciar antes de me reunir com a bancada. Mas é de uma gravidade tamanha a situação”, ressaltou.

O movimento de revisão do posicionamento que envolve a sucessão pode ser acompanhado por demais partidos, inclusive da base aliada para evitar um novo caso de presidente do Congresso Nacional sob suspeita da justiça.

A gravidade que fala o senador petista é a delação do ex-executivo da empreiteira investigada em que aponta o suposto repasse de R$ 2.100.000 mil em propina para o senador do Ceará entre 2013 e 2014.

No documento de 82 páginas, o delator afirma que a negociação criminosa era feita com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que, na sequência, repassaria as informações da propina para os correligionários Renan Calheiros e Eunício Oliveira. A delação ainda não foi homologada e o vazamento deverá ser investigado.