Serra da Meruoca: Investimento em turismo de educação para atrair público


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A sede da ONG Semente das Artes também oferece hospedagens, assim como a própria Casa-Escola, um lugar aconchegante e integrador
Meruoca. A comunidade São Vicente, onde são realizados diversos projetos sociais que têm o desenvolvimento humano, por meio do equilíbrio com a natureza, como base, tem buscado outras opções de geração de renda por meio da sustentabilidade. Os cursos realizados ao longo do ano têm causado mudanças profundas, no que diz respeito, não apenas a uma convivência mais equilibrada com o Semiárido, mas na realização de eventos artísticos e culturais para atrair público. Aos poucos, a comunidade começa a fazer parte de um calendário de eventos que reforçam o que ela tem bom, principalmente, para quem busca um tipo de turismo diferenciado.


Por meio de mutirões, os moradores mudaram o aspecto do lugar, que no passado era considerado o mais descuidado da Serra da Meruoca, no que diz respeito ao descarte do lixo. As fachadas das casas receberam cores mais alegres, e a decoração dentro e fora das moradias agregaram itens, que eram considerados inadequados aos tempos de hoje, por conta da rusticidade dos materiais utilizados que caracterizam o sertão, como o velho fogão à lenha ou a taipa, técnica rudimentar de construção de casas à base de barro e cascalho, ainda comuns no Nordeste do País.
Turismo
O desenvolvimento comunitário gerou uma consciência ecológica nos moradores de São Vicente e abriu a possibilidade de receber pessoas de todos os lugares, com a curiosidade de conhecer, e até mesmo participar dos cursos e festivais de arte e cultura ao longo do ano. A Casa Escola serve de modelo de inspiração para a realização de tecnologias sociais de baixo custo e de convivência com o Semiárido, unindo jovens e adultos em práticas construtivas que não degradem a natureza. Um exemplo é a Praça Ecológica, construída no centro da comunidade, como exemplo dessa união.
Nos períodos de eventos e cursos, a comunidade abre suas portas aos visitantes que chegam de diversas partes do Ceará, e de outros Estados brasileiros, como Paraíba, Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul, além de países como Estados Unidos, Bélgica, Argentina, Polônia e Peru. As hospedagens são oferecidas pelos próprios moradores, que foram preparados para receber os visitantes. A sede da ONG Semente das Artes também oferece hospedagens, assim como a própria Casa-Escola, um lugar aconchegante e integrador, em meio a rochas e a vegetação diferenciada da Caatinga.
Segundo Aureneide Xavier do Nascimento, professora e participante ativa dos projetos, "o São Vicente é uma comunidade muito ativa, que tem muito a oferecer a quem busca por um turismo que envolve educação. Essas pessoas trazem renda e ajudam no desenvolvimento das famílias daqui, além de terem um momento de descoberta sobre o dia a dia no Semiárido".

DN