Rodrigo Maia prestou favores a empreiteira em troca de doações,segundo PF


Alan Marques/Folhapress
Rodrigo Maia (DEM-RJ), que concorre ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados, discursa no plenário da Casa, em Brasília (DF)
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, discursa no plenário da Casa
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A Polícia Federal apontou indícios de que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenha prestado favores à empreiteira OAS em troca de doações eleitorais. As informações fazem parte de um relatório concluído pela PF, segundo reportagem do "Jornal Nacional". As informações foram confirmadas pela Folha.
A investigação teve como base mensagens de celular trocadas entre o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e Rodrigo Maia.
A PF afirma haver indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, segundo a reportagem.
Já há um inquérito aberto no STF desde o meio do ano passado sobre o assunto, mas ele é "oculto", ou seja, nem se quer aparece no banco de dados do Supremo. O relatório da PF foi feito a partir deste processo. Agora, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá de se manifestar, fazendo ou não uma denúncia contra o presidente da Câmara.
Reportagem da Folha de 2016 mostrou que, no celular de Pinheiro, havia mensagens de uma pessoa identificada como Rodrigo Maia com pedidos de doação, encontros e conversa sobre projetos do Congresso.
"A doação de 250 vai entrar?", escreveu um número identificado como o do deputado do DEM, em 17 de setembro de 2014. Em 26 de setembro, ele reitera: "Se tiver ainda algum limite pra doação, não esquece da campanha aqui".
No mesmo mês, o então presidente da OAS encaminha para um destinatário desconhecido uma outra mensagem supostamente recebida de Rodrigo Maia. "Saiu MP nova. Trata de programa de desenvolvimento da aviação regional. Prazo de emenda até 8/8". Léo Pinheiro completa com um comentário: "Vamos preparar emendas".
OUTRO LADO
Em nota, o deputado Rodrigo Maia afirmou que nunca recebeu vantagem indevida para apreciar qualquer matéria na Casa. Disse ainda que, ao longo de seus cinco mandatos de deputado federal, sempre votou "de acordo com orientação da bancada ou com a própria consciência."