Temer diz que é constrangedor ser citado em delação


Divlgação“É muito desagradável” e “constrangedor”. Considera o presidente Michel Temer em relação ao fato de a essa altura da vida, ter sido citado por um delator da Odebrecht. Dia 12 de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou a íntegra dos vídeos com as acusações feitas pelos colaboradores premiados.
Em um dos vídeos o delator afirma que Temer comandou uma reunião na qual teria sido discutido um pagamento de propina no valor de 40 milhões de dólares para campanhas do PMDB no ano de 2010, época em que presidia o partido e, então presidente da Câmara, candidatou-se a vice na chapa de Dilma Rousseff.
Em entrevista veiculada no sábado pela Band, o presidente confirmou ter participado do encontro com Márcio Faria, ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial, marcado a pedido de Eduardo Cunha.
Não sabia
No entanto, ele negou mais uma vez ter tratado de quaisquer valores na reunião – ocorrida no dia 15 de julho daquele ano no escritório político de Temer em São Paulo e que ele disse ter chegado atrasado.
“Não tratamos absolutamente de nenhuma questão de valores, porque o objetivo central não era esse. Ele (Márcio Faria) iria me cumprimentar para mostrar que ele iria eventualmente ajudar na campanha, mas só isso”, disse.
“Eu não sabia de valores, não se falou de contratos evidentemente, não se falou de nada, foi uma coisa que me caceteou muito”.
825 milhões
A negociação sob suspeita refere-se a um contrato de 825 milhões de dólares para a manutenção de ativos da Petrobras em nove países, que foi vencido pela Odebrecht, por meio de fraude no processo licitatório, segundo o delator, a quem 40 milhões de dólares seriam repassados em propina ao PMDB.
Temer disse ter primeiro publicado uma nota oficial e depois postado um vídeo nas redes sociais para rebater a acusação do delator “mais por uma razão pessoal”, por achar desagradável para quem está na vida pública por tanto tempo.