Desvios no Fundeb detectados em municípios cearenses





Uma organização criminosa que atuava nos estados do Ceará, Piauí e Maranhão desviando recursos públicos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), foi desarticulada pela Polícia Federal (PF). A 'Operação Argentum', deflagrada, ontem, por meio da Superintendência Regional da Polícia Federal do Piauí, desmantelou o esquema.

Parte dos 40 mandados de busca e apreensão cumpridos ontem eram contra alvos dos municípios cearenses de Crateús, Independência, Parambu e Tamboril. As determinações judiciais autorizaram a apreensão de veículos de luxo, sequestro de bens e bloqueio de contas dos principais envolvidos no esquema.

Conforme a PF, a Controladoria-Geral da União (CGU) constatou contratações irregulares e movimentações bancárias atípicas, a partir do uso de recursos federais recebidos pelo Município de Prata do Piauí, em dezembro de 2016. O inquérito foi instaurado em abril deste ano, em decorrência de inspeção realizada pela CGU.

Em nota, a Polícia Federal informou que os recursos desviados somam cerca de R$ 2,7 milhões, provenientes de precatório da complementação da União para o Fundef. Dentre os delitos cometidos pelos investigados há apropriação e/ou desvio de recursos púbicos, corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

A investigação revelou que empresas, tendo como sócios parentes do ex-prefeito de Prata do Piauí, foram utilizadas para a ocultação de patrimônio em favor do político. Para lavar o dinheiro, teriam sido criadas farmácias e postos de combustíveis. Ainda segundo a Polícia Federal, o nome da operação faz alusão ao elemento químico Prata, nome da cidade beneficiada com recursos desviados.