Presidente do PT diz que candidatura de Lula será registrada em qualquer circunstância









Presidente do PT, Gleisi Hoffman, diz que candidatura de Lula será registrada em qualquer circunstância - Edilson Dantas / Agência O Globo




SÃO PAULO - A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffman, afirmou nesta sexta-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá a sua candidatura registrada em qualquer circunstância, e o julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) no dia 24 de janeiro "não acaba" com as perspectiva do petista de ter o seu nome na urna na eleição do próximo ano.





— Quero dizer que o presidente Lula é candidato. Vai ser inscrito candidato dentro das regras eleitorais vigentes no país — disse Gleisi, em intervalo da reunião do diretório nacional do partido, em São Paulo.

A petista acrescenta ter "clareza jurídica" de que isso poderá ser efeito e argumenta que a impugnação da candidatura só pode ocorrer a partir do registro na Justiça Eleitoral, cujo prazo final é 15 de agosto.

— Não há como ser tirado o direito de o presidente Lula ser candidato antes do registro da candidatura. Indagada se Lula seria candidato mesmo preso, Gleisi respondeu:

— Essa possibilidade tem que ser analisada com juristas. Porque, na realidade, depois de uma sentença, se ela não for unânime em todos os seus aspectos, não pode ter prisão.





Para afinar o discurso, o comando do PT convidou o advogado eleitoral Luiz Fernando Pereira a dar uma explicação sobre os prazos da Justiça Eleitoral na reunião do diretório. Pereira afirmou que, na tramitação mais rápida do processo de impugnação, o julgamento final da candidatura de Lula se encerraria a 20 dias da eleição. Esse também é o prazo final para o PT eventualmente trocar o candidato a presidente.

— Muitos candidatos já disputaram a eleição com a candidatura impugnada, inclusive 145 prefeitos foram eleitos nessa condição em 2016 — disse o advogado.

Lula fez um discurso rápido na reunião desta sexta-feira. Segundo pessoas que assistiram à fala do ex-presidente, que não foi aberta à imprensa, o petista repetiu o que havia dito em Brasília dois dias antes e declarou que se tivesse alguma dúvida sobre sua inocência não seria candidato à Presidência.