Polícia acha plantação de maconha em clínica de recuperação de usuários de drogas




Do portão para dentro, a história é outra. O lugar que se vendia como uma clínica para tratar pessoas com dependência química escondia, na verdade, uma linha avançada de produção e beneficiamento de maconha.

O crime foi descoberto por acaso pelo Corpo de Bombeiros na tarde deste domingo (7). Um vizinho da clínica acionou a corporação porque viu muita fumaça saindo de um dos cômodos do estabelecimento, localizado na rua Sebastião Antônio Souza Callero, na divisa entre os bairros Monte Belo e Vale dos Tucanos, na zona sul da cidade paranaense.

Segundo a porta-voz dos bombeiros, a tenente Luana da Silva Pereira, foi preciso arrombar o portão do centro de reabilitação para apagar o fogo. “Foi apenas um princípio de incêndio, que logo foi controlado. No processo de rescaldo, a equipe descobriu a plantação de maconha”, disse.

A plantação estava espalhada pelo terreno dentro de estufas com temperatura controlada por ventiladores e até aparelhos de ar-condicionado. A iluminação também era específica para acelerar o crescimento da planta. Dentro das estufas foram encontrados 550 pés de maconha em diferentes estágios.

Segundo a Polícia Militar, a linha de produção era organizada. A maconha colhida era desidratada, moída e acondicionada em pequenas porções. O produto continha inclusive selo e embalagem. No local, a polícia também apreendeu 3 kg da droga já pronta para o consumo.

A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou à reportagem que quando a corporação esteve no local não encontrou nenhum representante ou paciente. A porta-voz dos bombeiros também informou à reportagem que quando os agentes apagavam o incêndio, as pessoas que estavam na clínica haviam fugido. Até esta publicação, ninguém havia sido preso.

A clínica foi interditada. Os pés de maconha e todo o aparato de equipamentos usado na linha de produção da droga foram levados para a Central de Flagrantes da Polícia Civil de Londrina.

A reportagem procurou o representante do Centro de Tratamento e Reabilitação Psicossocial nos telefones informados, mas ninguém atendeu as ligações. O site da clínica também saiu do ar.