Dificuldades para abordar eleitores




Na busca por votos que garantam a reeleição, deputados estaduais ou federais admitem resistência e desinteresse da população em conhecer os candidatos da disputa ao Legislativo que acontece neste ano. O deputado federal Chico Lopes (PCdoB) afirma que, diante do descrédito generalizado da classe política, motivado por inúmeros escândalos de corrupção, o mais recomendado, para ele, tem sido ouvir do que conversar.


"Além da quantidade de pessoas indicadas na Lava-Jato, tem um fator extra importante, que é o desemprego. Tudo isso vai estimulando o eleitor, que diz: 'será que todo mundo entra na política para se fazer?', quando a política é o carro chefe da democracia, da geração de empregos. A minha leitura é que vai haver muita disputa e a eleição vai se tornar difícil. Me parece que isso vai ter uma grande importância na proporção que aumenta o voto em branco, diminui o voto válido e, sem o voto válido, complica a eleição dos candidatos".


A mesma dificuldade de abordagem do eleitor têm alguns deputados estaduais. Osmar Baquit (PDT), que tentará permanecer na Assembleia Legislativa, atesta a resistência da população ao se deparar com os candidatos. "No geral, há uma frieza muito grande nessa questão de falar, de comentar", diz.


O deputado estadual Sérgio Aguiar (PDT) vê que a população tem se informado mais por meio das redes sociais. "A mudança (de reação do eleitor) foi no sentido de que a rede social aproxima mais e ocorre uma interação, assim como a presença faz um diferencial na relação pessoal. O interesse ainda é diminuto e vai evoluir com a proximidade do pleito", acredita.


O deputado federal André Figueiredo (PDT) acrescenta, por outro lado, que a redução do período de campanha de 60 para 45 dias também influencia o desinteresse da população pelo debate eleitoral. "Em anos anteriores, estávamos com a campanha na rua, a partir do dia 5 de julho você já tinha material de campanha. Agora é a primeira vez que vamos ter uma campanha começando no dia 16 de agosto. Quando começarmos, aí teremos volume maior de adesão, tudo começa efetivamente, a participação dos eleitores".


DN