Parceria com a PF vai combater "fake news" na eleição




A divulgação das notícias falsas, as chamadas “fake news”, está entre as principais preocupações do processo eleitoral este ano. A Polícia Federal promete estar atenta e, através da atuação da Perícia Criminal e com as ferramentas de investigação de crimes na internet, vai dar apoio ao Tribunal Regional Eleitoral do Ceará.

No final de junho a delegada Juliana Pacheco (Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado) e os delegados Walter Sales e Eliza Maria Barbosa de Almeida (Delegacia de Defesa Institucional) apresentaram detalhes dos instrumentos de investigação à presidente do TRE, desembargadora Nailde Pinheiro; aos juízes Eduardo Scorsafava, Daniela Lima da Rocha e Adriana da Cruz Dantas, bem como ao procurador regional eleitoral, Anastácio Nóbrega Tahim Júnior; à vice-procuradora, Lívia Maria de Sousa, e ao promotor de Justiça que coordena o Centro Operacional Eleitoral do MP-CE, Emmanuel Girão.

Na ocasião, o chefe da Perícia Criminal da PF, Helano Matos, ficou responsável pela explanação, iniciando com o conceito do termo fake news: “São informações fabricadas, imitando conteúdos da mídia convencional, em forma, mas não em processo organizacional ou intenção, e que se sobrepõem a outros distúrbios da informação, tais como, informações enganosas e imprecisas”.
Em seguida, foram discutidos os meios de propagação: mensagem falsa, perfil falso, site falso, robôs, ciborgue e ativista em série. O perito mostrou as formas de checagem dos conteúdos, a retirada das publicações e a identificação dos responsáveis pela propagação de informações falsas.

Eleitor
Outra novidade é que, este ano, os eleitores poderão fazer denúncias por diferentes canais, tais como: o aplicativo Pardal (a ser lançado pelo TSE na segunda quinzena de julho); email da Polícia Federal: denuncia.eleicao.ce@dpf.gov.br; facebook: usuários podem denunciar publicação e perfil falso; whatsApp: é possível utilizar o canal “Fale Conosco” no próprio app para denunciar usuários e mensagens.

Cooperação
O TRE, a Procuradoria Regional Eleitoral e a Polícia Federal trabalharão de maneira conjunta nas investigações, sempre visando a rapidez que a matéria eleitoral exige. Segundo a desembargadora Nailde Pinheiro, “o TRE está montando uma estrutura para entregar à sociedade respostas ágeis. A cooperação entre os órgãos unirá os conhecimentos jurídico e técnico, em prol da legitimidade do pleito”.

Palavra do ano em 2017
O termo “Fake News” foi escolhido como palavra do ano de 2017 pelo dicionário da editora britânica Collins e designa notícias fabricadas para enganar pessoas. Esse tipo de mentira já teve protagonismo nas eleições americanas e deve causar impacto semelhante no pleito brasileiro.

As Fake News ganharam notoriedade após a campanha para eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, em 2016, quando as pesquisas apontaram que realmente houve uma influência direta das Fake News nas eleições norte americanas e que, inclusive, 27% do eleitorado teriam acessado, pelo menos, uma Fake News nas semanas que antecederam a eleição presidencial.
Segundo levantamento do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai), da Universidade de São Paulo (USP), cerca de 12 milhões de pessoas compartilharam fake news no Brasil em junho de 2017. O levantamento, que monitorou 500 páginas digitais de conteúdo político falso ou distorcido, indica que tais notícias têm potencial para alcançar grande parte da população brasileira se considerada a média de 200 seguidores por usuário.