Pará reduziu assaltos a banco com cofre que destrói cédula em ação criminosa








Assaltos a banco se tornaram crime corriqueiro no interior do Ceará (FOTO: Divulgação)

Um equipamento inibe a atuação de assaltantes a bancos no Pará. Conhecido como “cofre inteligente”, o aparato frusta ações de organizações criminosas que, assim como no Ceará, atuam frequentemente contra instituições financeiras paraenses. As informações são da Rádio Tribuna Band News.

A experiência começou a ser implementada no final do ano passado e está presente em 20% das agências do Banco do Estado do Pará e 30% do Banco da Amazônia. O resultado já é percebido: essas agências não foram alvo de criminosos esse ano. Em 2017, 20 assaltos e ataques foram registrados nestas instituições.

O membro do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Sandro Matos, explica que os assaltantes evitam atacar as agências porque não conseguiriam consolidar a ação criminosa, uma vez que o equipamento destroi todas as cédulas de dinheiro existentes no cofre.

Produzido por empresa privada, o cofre inteligente é 40% mais caro do que um cofre convencional, mas Sandro Matos defende que o investimento compensa o prejuízo de um eventual ato criminoso, que resulta em perdas tanto pelos altos valores em dinheiro perdidos como pelo reparo das agências que, em algumas ocasiões, ficam totalmente destruídas.

No Ceará, por exemplo, algumas agências levam até seis meses para voltarem a funcionar após as ocorrências.

A implementação da medida é de conhecimento do Banco Central, que autorizou em normativa que as instituições financeiras implantem aparatos, como os cofres inteligentes.

A experiência paraense é bem sucedida, mas outras estão em fase de testes para serem apresentadas às instituições financeiras, como conta o secretário-geral da Contraf, Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Gustavo Tabatinga Júnior.

Atualmente, uma comissão composta por representantes da Contraf e Federação Brasileira dos Bancos acompanham o desenvolvimento de projetos-pilotos, mas a implementação das medidas que garantam a segurança é um desafio que persiste.

No Ceará, uma lei estadual sancionada há um ano determina que os bancos tenham equipamento ou tecnologia para inutilização de cédulas de dinheiro em casos de explosão ou arrombamento de caixa eletrônico.

Mas o Sindicato dos Bancários alerta que a legislação não é cumprida pelos bancos. Há duas semanas, exatamente no dia na tentativa de assalto a Milagres, foi sancionada uma nova lei foi que determina que os bancos mantenham vigilantes por 24 horas.



Apesar disso, uma lei do município de Fortaleza, que estabelece diversas medidas como implementação de biombos e alarmes, além de câmeras de vigilância em toda a repartição bancária, é considerada referência nacional. As regras deram origem a leis semelhantes em outras capitais brasileiras, como Recife, João Pessoa e Curitiba.

De acordo com o presidente da entidade, Carlos Eduardo Bezerra, as instituições financeiras não querem ampliar os investimentos em segurança. Segundo a Contraf, os bancos investem em segurança apenas de 5% a 7% do faturamento.

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou que esforços são empreendidos pelo setor bancário para fazer frente ao problema dos ataques às agências./De acordo com a entidade, a média anual de investimento em ações de segurança são da ordem de R$ 9 bilhões, o triplo do que era investido há dez anos.

Com informações da Rádio Tribuna Band News FM.