Tasso e Ciro Gomes divergem sobre prisão de Michel Temer


Resultado de imagem para Tasso



A prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB), na manhã de ontem, foi o principal tema de discussão no meio político durante todo o dia. No Congresso Nacional, o senador cearense Tasso Jereissati, do PSDB, falou em abuso de autoridade ao comentar o tema.
O tucano cearense disse que não vê razão objetiva para prisão do ex-presidente Temer uma vez que ele não está fugindo e tem endereço fixo. “Pelo que eu sei, eu não vejo nenhuma razão para prender um ex-presidente da República que tem endereço conhecido, não está fugindo, não está fazendo nada e está à disposição das autoridades”, ponderou Tasso.

O senador ainda fez uma ressalva ao afirmar que a declaração parte de um político que faz oposição a Temer. “Eu falo isso com a isenção de quem foi, dentro do PSDB, oposição ao Temer a vida inteira”, emendou o tucano.

A opinião de Tasso diverge da manifestação do ex-ministro Ciro Gomes (PDT). O cearense repercutiu, através das redes sociais, a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB). Pelo Twitter, Ciro postou um vídeo com trecho de uma sabatina de que ele participou em junho de 2018.

No vídeo, o então presidenciável do PDT disse: “Eu peguei, no tempo em que estava(m) com o comando da Câmara o Michel Temer e o Eduardo Cunha, batendo bola um com o outro para roubar a nação. Eu fui processado por ambos. Um já está na cadeia. E outro vai. Simples assim”.
Crítico de Temer, Ciro acrescentou na publicação seguinte: “Não é bola de cristal. É conhecer essa gente”.

Câmara
Na Câmara Federal, o deputado Capitão Wagner (Pros) disse que a prisão de Temer desmonta o discurso sobre um viés político da Operação Lava Jato. “De forma muito objetiva, a prisão do ex-presidente Michel Temer desmonta o discurso de que a Operação Lava Jato era direcionada a partido A ou partido B, para liderança A, ou liderança B. Demonstra a independência das instituições como a Justiça Federal, a Polícia Federal e consolida, cada vez mais, a operação mostrando que, mesmo após o período eleitoral, ela vai ter continuidade e o apoio popular indiscutível”, avaliou.

Já o deputado José Guimarães (PT) compartilhou, nas redes sociais, nota do Partido dos Trabalhadores em que defende o respeito ao processo legal. “O Partido dos Trabalhadores espera que as prisões de Michel Temer e de Moreira Franco, entre outros, tenham sido decretadas com base em fatos consistentes, respeitando o processo legal, e não apenas por especulações e delações sem provas, como ocorreu no processo do ex-presidente Lula e em ações contra dirigentes do PT”, diz o texto publicado por Guimarães.

AL
Na Assembleia Legislativa do Ceará, o deputado estadual Soldado Noelio usou a tribuna para parabenizar a independência da operação Lava Jato, ao prender o ex-presidente Michel Temer.

”A independência da operação Lava Jato está colhendo frutos. Essa continuidade da Operação mesmo após eleição, demonstra imparcialidade e independência dos órgãos que fazem parte. Nós estamos em um momento de transição e as pessoas tinham a sensação de total impunidade, isso está mudando, estamos em um caminho de transformação. Uma rota positiva! Nós temos que apoiar a Operação Lava Jato, que tem como missão resgatar nosso Brasil do fundo do poço da corrupção,” disse.

Entenda
O ex-presidente da República Michel Temer (MDB) foi preso, preventivamente, na manhã de ontem (21), em São Paulo após pedido do juiz Marcelo Bretas, da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Michel Temer, 78, é o segundo presidente a ser preso após investigação na esfera penal -o primeiro foi Luiz Inácio Lula da Silva. Vice de Dilma Rousseff (PT), Temer assumiu a Presidência em 2016 após o impeachment da petista e deixou o governo em dezembro como o presidente mais impopular desde o fim do regime militar.