SSPDS sabia do plano da GDE para matar os secretários da Segurança e Administração Penitenciária



A Polícia Federal (PF) e o Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), encontraram, em um aparelho celular que estava na posse de Ednal Braz da Silva, o 'Siciliano' - apontado como líder da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) - ameaças a autoridades do Ceará. As apurações resultaram na deflagração da Operação Reino de Aragão, no último dia 18 de dezembro.


As ameaças de atentados e até morte se destinavam aos secretários da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, e da Administração Penitenciária (SAP), Mauro Albuquerque; e a outras autoridades, como o diretor de um presídio localizado em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). 'Siciliano' já estava detido em uma unidade penitenciária estadual de Pernambuco, em Limoeiro, onde conseguia acesso a aparelhos celulares, segundo os investigadores cearenses. O preso também tramava a fuga do presídio e ataques criminosos no Ceará, que também estavam descritos no celular.


Os planos criminosos seriam espalhados a partir de 'salves' (mensagens de ordem) para outros membros da GDE, nas redes sociais. Mas o compartilhamento foi evitado com a Operação Torre, em setembro de 2019, e o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão contra 'Siciliano', no presídio de Pernambuco.


Com o aprofundamento das investigações, análise do material apreendido e acesso aos aparelhos celulares subtraídos na Operação Torre, a PF e o Gaeco chegaram aos planos criminosos e deflagraram também a ação policial 'Reino de Aragão', quando cumpriram um novo mandado de prisão preventiva contra 'Siciliano', desta vez no Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para onde ele foi transferido no dia 27 de setembro do ano passado para não ter mais comunicação com os comparsas.


Nesta quinta-feira (2), a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Estado do Ceará enviou nota confirmando já ter ciência da informação de ameaça e afirmando que todas as providências necessárias estão sendo adotadas internamente.


Fernando Ribeiro