Tasso descarta chapa para a presidência com Ciro Gomes







O senador Tasso Jereissati (PSDB) declarou, nesta segunda-feira (17), que não vislumbra a hipótese de se unir a Ciro Gomes (PDT) em uma mesma chapa na disputa presidencial do ano que vem. O nome de Tasso, que vem ganhando força no PSDB para representar o partido na próxima eleição ao Palácio do Planalto, entra no jogo em uma tentativa de unir forças moderadas no tabuleiro político em torno de uma candidatura, em contraponto à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula (PT).FOTO REPRODUÇÃO


“Eu tenho admiração pelo Ciro, tivemos uma linda história no Ceará juntos, acho que fizemos história no Ceará, mas não acredito que seja viável. Primeiro que dois cearenses, um como presidente e outro como vice, [não acho que] seja a posição de um ou de outro. E o Ciro há tanto tempo luta por isso, que entendo que não seja nem possível nem desejável fazer com que ele desista do seu sonho”, disse o tucano em entrevista à Rádio FM Assembleia.


Centro
Ainda segundo o senador, o seu objetivo ao entrar em campo nas articulações para a eleição presidencial é em primeiro lugar viabilizar uma candidatura de consenso entre o máximo possível de forças políticas mais próximas ao centro, para evitar a pulverização entre essas candidaturas em 2022. Ele reconhece que pode acabar não unindo todas as chapas com essa orientação, mas diz que vai tentar fazer com que se reduza consideravelmente o número de candidatos.


“Nesses últimos 10, 15 anos nunca sequer me passou pela cabeça ser candidato à Presidência, mas estamos numa circunstância de ter que optar entre Bolsonaro e Lula. Daqui para frente eu não acredito na política econômica que foi implantada no segundo governo Lula e no governo Dilma, isso vai nos levar a outra situação economicamente péssima, principalmente na questão fiscal. Bolsonaro não precisa nem falar, não só economia, tudo. Filosoficamente, a maneira de ver a vida é completamente diferente daquilo que eu acredito como ser humano”, disse ele, ainda. As pesquisas que têm sido publicadas nas últimas semanas, desde que as condenações de Lula foram anuladas e ele recuperou os direitos políticos, apontam para uma preferência substantiva do eleitorado pelas candidaturas de Lula e Bolsonaro.


A ideia de unir forças moderadas é ecoada em diferentes setores dentro e fora do Ceará. O deputado estadual George Lima (PV), em entrevista a O Estado, comenta que é a favor de uma candidatura de consenso entre os potenciais presidenciáveis cearenses. O governador Camilo Santana (PT), cujo nome já chegou a ser discutido em articulações como uma hipótese para integrar a chapa de Lula, também é mencionado, ainda que a probabilidade da presença de Camilo na eleição presidencial seja mais remota. “Os três têm um amadurecimento político muito grande para tomar essas decisões. Vão com certeza pensar no Ceará para tomarem as decisões e estarem juntos nas próximas eleições”, disse George Lima.


Candidatos
Além de Tasso e Ciro, o grupo de possíveis nomes dessa ala para 2022 inclui o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro (sem partido), o apresentador Luciano Huck (sem partido) e os outros possíveis postulantes do PSDB. Tasso, para ser efetivado como candidato da legenda, teria que ser escolhido no lugar do governador paulista João Doria, que vem trabalhando a própria candidatura já há anos, ou do gaúcho Eduardo Leite, figura de ascensão recente no partido.


Para Cleyton Monte, cientista político e professor universitário, é improvável que Doria não seja o candidato tucano para a Presidência. ““Historicamente, desde a redemocratização do Brasil, o governador de São Paulo é lançado como candidato à presidência pelo PSDB. E, apesar de Tasso possuir uma maior articulação com lideranças de outros partidos e de João Dória não ser uma figura tão carismática, é improvável pensar que o atual chefe do Executivo paulista não seja escolhido como o candidato”, explica, mas pontuando ainda que Tasso não pode ser descartado como uma figura relevante para a disputa.

O Estado 

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