Macrorregião de Sobral tem os melhores indicadores da Covid-19 no CE , com 40% do território em baixo risco de transmissão






Das cinco macrorregiões de Saúde (Cariri, Sobral, Sertão Central, Fortaleza e Litoral Leste/Jaguaribe) do Ceará, a de Sobral, ou região Norte, é a que apresenta os melhores indicadores em relação à pandemia da Covid-19.



A região é composta por 56 municípios e, deste universo, 41% está na classificação de nível 1 ou 2 para risco de transmissão do vírus – a escala vai até o nível 4.


Dentre os doze municípios cearenses atualmente classificados no risco mais baixo de transmissão (nível 1 ou 'novo normal'), sete estão na região Norte: Ararendá, Barroquinha, Chaval, Coreaú, Itarema, Meruoca, Monsenhor Tabosa. Na classificação moderada (nível 2), a região responde por 18 dos 40 municípios do Estado, quase a metade.

RISCO NÍVEL 2 (MODERADO): Varjota, Tamboril, Quiterianópolis, Poranga, Irauçuba, Marco, Massapê, Moraújo, Mucambo, Frecheirinha, Granja, Guaraciaba do Norte, Crateús, Camocim, Alcântaras, Acaraú, Tianguá, Ubajara

Já na classificação de nível 3 (alto), das 56 cidades que compõe a região Norte, 21 estão nesta faixa e, no nível máximo (altíssimo), são apenas 10 cidades.

RISCO NÍVEL 3 (ALTO): Bela Cruz, Cariré, Croatá, Cruz, Hidrolândia, Ibiapina, Independência, Ipu, Ipueiras, Jijoca de Jericoacoara, Martinópole, Morrinhos, Novo Oriente, Pires Ferreira, Reriutaba, Santana do Acaraú, Santa Quitéria, São Benedito, Senador Sá, Tianguá, Ubajara


RISCO NÍVEL 4 (ALTÍSSIMO): Bela Cruz, Cariré, Croatá, Cruz, Hidrolândia, Ibiapina, Independência, Ipu, Ipueiras, Jijoca de Jericoacoara, Martinópole, Morrinhos, Novo Oriente, Pires Ferreira, Reriutaba, Santana do Acaraú, Santa Quitéria, São Benedito, Senador Sá, Tianguá, Ubajara

Atualmente, a taxa de letalidade por Covid-19 na região Norte é de 0,9%, inferior à média estadual (1,9%). O percentual de ocupação dos leitos Covid na macrorregião (54,3%) também está abaixo da taxa do Estado, que é de 54,8%.

Já a taxa de positividade está acima da média geral: 36,6% contra 19,9%. No entanto, este indicador aparece com tendência decrescente. Os dados são do IntegraSus, plataforma oficial da Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado.

A acentuada melhora da região contrasta com dois momentos vividos durante a pandemia. Na primeira onda, em 2020, a região Norte, capitaneada por Sobral – maior e mais importante município da região – chegou a ser o epicentro da pandemia.


Neste ano, ao longo do pico da segunda onda, a região novamente viu os casos dispararem em profusão, o que obrigou gestores a adotarem medidas rígidas. Em Meruoca, por exemplo, a Prefeitura decretou lockdown em março, ainda que o decreto Estadual não previsse tal endurecimento.

À época, a decisão rigorosa foi apoiada nos altos índices de infecção e pelo estrangulamento do sistema de saúde. Em entrevista ao Diário do Nordeste, a secretária da Saúde, Jesilene Duarte, classificara o momento como "assustador".

Passados quatro meses, o cenário se inverteu. As medidas de segurança – como o isolamento restritivo – e o avanço da vacinação fizeram com o que o Município saísse de uma nuvem turva para um ambiente mais tranquilo. Hoje, Meruoca é uma das 12 cidades com o risco mais baixo de transmissão da Covid-19.

A infectologista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mônica Façanha, sugere que quando uma determinada população passa por "um momento mais sério, a tendência que é estas pessoas se protejam mais" e isso acaba refletindo em uma melhora do cenário pandêmico.

"Junto isso [à postura mais cometida] com a vacinação e talvez possamos explicar o avanço no cenário", detalha. Jesilene Duarte corrobora com a análise e credita, na imunização, a grande responsável pela melhoria do cenário em Meruoca.

Ela, no entanto, reforça que o lockdown precoce, aplicado antes das demais cidades, teve fundamental contribuição.

"Meruoca se antecipou na determinação do isolamento rígido aumentamos o número de profissionais dentro dos hospitais e na atenção básica; fizemos barreiras sanitárias e intensificamos a orientação e fiscalização à população. Depois, chegaram as vacinas. Todos esses fatores foram importantes.", disse JESILENE DUARTE, Secretária da Saúde de Meruoca

Com esse avanço, foi possível zerar o número de pacientes internados no hospital. "Temos 14 leitos e todos eles estão desocupados desde o início de julho. Não temos também pacientes nossos em nenhum outro município", detalha Jesilene.





VACINAÇÃO ACELERADA

Em Coreaú, outra cidade atualmente classificada no nível 1 para transmissão do vírus SARS-Cov-2, a Coordenadora de Vigilância em Saúde, Juliana Pelucio, também atribui a melhora "ao avanço da vacinação".

Segundo a representante, com as quase mil doses que foram enviadas numa remessa superestimada para imunização dos Quilombolas, o Município conseguiu dar um salto na vacinação.

DN 

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