Mais caro: Petrobrás aumenta preço do diesel em 8,9%






O diesel estará mais caro a partir desta quarta-feira (29/09). Após 85 dias sem reajuste, a Petrobras anunciou aumento de 8,9% no preço do produto nas refinarias. O anúncio ocorre um dia após o presidente Jair Bolsonaro dizer em evento que esteve reunido com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para tratar sobre possível redução no preço dos combustíveis.

Agora, o litro do diesel sairá das refinarias da estatal custando, em média, R$ 3,06, o que representa aumento de R$ 0,25. Esta é a primeira vez que o preço do combustível nas refinarias ultrapassa a barreira dos R$ 3.
Segundo comunicado do órgão, o reajuste “reflete parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e da taxa de câmbio. “Esse ajuste é importante para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”, afirmou a Petrobras.
Além disso, a empresa disse que durante os 85 dias sem reajuste “evitou o repasse imediato para os preços internos devido à volatilidade externa causada por eventos conjunturais”.

Inflação
Em 2020, a Petrobras já aumentou o preço do diesel em 50% em suas refinarias. Nas bombas, a alta acumulada é de 30%. A escalada dos preços está na base da explosão da inflação. O aumento provocou queda na Bolsa de Valores e alta do dólar ao longo dessa terça-feira, 28, em razão de baixas nos mercados de ações do exterior devido à expectativa de inflação e consequente elevação de juros impulsionadas pela alta do petróleo. O barril do Brent, referência para o setor petrolífero, atingiu US$ 80,75 (R$ 437,26) na abertura do mercado e se manteve nesse patamar.

É o maior valor desde 16 de outubro de 2018, quando atingiu US$ 81,41 (R$ 440,83), segundo dados da Bloomberg.
O anúncio do aumento dos valores beneficia o mercado acionário brasileiro porque impulsiona as ações da Petrobras, que subiam 1,40% ao longo do dia. Por outro lado, pressiona os preços dos combustíveis, com reflexos na inflação e na pressão política para que o governo interfira nos preços praticados pela estatal.

Desde 2017, a Petrobras adota a política de preço de paridade de importação, o que vincula os preços praticados pela companhia à cotação internacional do petróleo. Hoje, alguns acontecimentos colaboram para o aumento da demanda e a alta do petróleo, entre os quais a crise energética na China, a redução da produção no Golfo do México após a passagem do furacão Ida, a proximidade do inverno na Europa e a expectativa de aumento da demanda com a retomada econômica global no pós-pandemia.

Comentários