Educação brasileira retrocede 15 anos na pandemia , diz FGV




Educação brasileira retrocede 15 anos na pandemia, diz FGV
Estudo aponta que a taxa de evasão escolar entre as crianças aumentou em um ano

Por: Imprensa Livre do CearáFonte: Revista Oeste
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Em 2019, apenas 1,4% desse público estava fora da escola. Porém, no final do ano passado, a taxa saltou para 5,5% — o maior aumento porcentual entre todas as faixas etárias.


A pandemia de Covid-19 está ameaçando a educação brasileira. Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que a taxa de evasão escolar aumentou entre as crianças de cinco a nove anos.

Em 2019, apenas 1,4% desse público estava fora da escola. Porém, no final do ano passado, a taxa saltou para 5,5% — o maior aumento porcentual entre todas as faixas etárias.


Os motivos que agravaram a situação foram a evasão escolar e o pouco tempo em sala de aula, por conta das restrições impostas pelo coronavírus.

Segundo o economista e pesquisador da FGV, Marcelo Neri, há um atraso educacional muito relevante em um grupo em que os indicadores educacionais estavam em maior melhora nos últimos 40 anos.

“O fato é que essa é uma idade [dos cinco aos nove anos] decisiva em termos de educação, e a gente andou 15 anos para trás. Essa deterioração foi maior nos segmentos mais pobres. Na região Norte do país, a queda foi muito maior do que no Sul e Sudeste”, comparou.

O pesquisador ainda observou que essas pioras nos índices podem deixar sequelas futuras a longo prazo. “Ele pode até melhorar, mas os investimentos na menor idade são os mais transformadores”, explicou.
Gastos com a educação diminuíram

Nos seis primeiros meses deste ano, os investimentos considerados essenciais para a recuperação do patamar educacional foram reduzidos em mais de 90% dos municípios brasileiros, de acordo com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

Segundo a entidade, cerca de 2,3 mil municípios registrados no Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação ainda não aplicaram a obrigação constitucional de destinar 25% da receita em impostos para a área educacional.


A instituição prevê que mais de 800 prefeituras devem finalizar o ano de 2021 sem cumprir a exigência, prevista na Constituição Federal. Caso a determinação não seja cumprida, os prefeitos dessas cidades podem ficar inelegíveis.

A FNP avalia que o cenário é “dramático”, em especial por conta do ensino à distância adotado pela maior parte das escolas como medida de segurança para conter a propagação do coronavírus.

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