Sobe para 40 o número de casos confirmados de influenza A H3 N2 no Ceará



Ao todo, estado já contabiliza 174 casos de gripe diagnosticados como Influenza A, 134 são por outros vírus.

Por: Imprensa Livre do Ceará Fonte: g1






O número de casos confirmados da Influenza A H3N2 subiu de 18 para 40 em uma semana. A informação foi dada nesta quinta-feira (23) pela secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Ricristhi Gonçalves. Ao todo, conforme a gestora, já foram identificados 174 casos de Influenza A, dos quais 40 são provocados pelo vírus da H3N2.


O crescimento no número de casos ocorre em meio a diversos surtos desta cepa da gripe em, pelo menos, nove estados do Brasil. Em Fortaleza, o número de atendimentos por síndrome gripal nas UPAs subiu 484% quando comparado ao dia 1º de dezembro e o dia 21 de dezembro.


"Estamos tendo em todo o Ceará um aumento das síndromes gripais por várias etiologias, temos vários vírus respiratórios circulando. Dentre esses vírus, além da Covid, que ainda tem circulando no Ceará, o vírus da Influenza A H3N2, que já tá acontecendo em alguns estados do país. Aqui no Ceará também já detectamos casos", afirmou a secretária executiva.

Segundo ela, "no caso da influenza, temos uma vacina, encerramos uma campanha em agosto, mas os municípios ainda têm unidades nas câmaras refrigeradas e nas salas de vacinas municipais".


Ricristhi ressaltou ainda a importância de os grupos prioritários se vacinarem contra a gripe. Estão neste público idosos, crianças, grávidas e pessoas imunossuprimidas. A cobertura vacinal contra a gripe no Ceará em 2021 foi a menor dos últimos 23 anos.


Apesar disso, o que vem causando surtos no Rio de Janeiro e em São Paulo, conforme especialistas, é uma variante que não é coberta pelo imunizante da Campanha Nacional de Imunização feita neste ano. (leia mais abaixo)

Menor vacinação em 23 anos


De acordo com a Secretaria da Saúde, em 2021, a campanha nacional de vacinação contra a influenza no Ceará atingiu cobertura vacinal de 76,28% da população. Contudo, esta foi a menor taxa em 23 anos. A meta da cobertura vacinal para a doença é de 90% desde 2017.


As medidas preventivas contra a Influenza são as mesmas utilizadas contra a Covid-19: lavar as mãos, usar álcool em gel, usar máscaras descartáveis, manter os ambientes ventilados e evitar aglomerações. Caso haja sintomas de gripe, o ideal é evitar contato com pessoas, como abraços, beijos e apertos de mão.

Variante pode escapar de vacina


O vírus da Influenza A H3N2, que está causando os surtos no Rio de Janeiro e em São Paulo, por exemplo, pode escapar da vacina que estava presente na Campanha Nacional de Imunização neste ano. Isto porque foi identificada uma variante deste vírus que, segundo especialistas, o imunizante não cobre. Ela é chamada de variante Darwin.


A Secretaria da Saúde do Ceará não especificou por qual variante os casos identificados no Ceará de Influenza A H3N2 foram provocados.


Para o infectologista Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury, quando é feita a classificação do vírus Influenza, é colocado "um número no H e um número no N". Então, existe a H1N1, a H2N1, a H2N2 e, neste caso, a H3N2.


"Você tem todas as combinações. Agora, aqueles que são mais frequentes são o H1N1 e o H3N2. Agora, dentro de cada um deles... por que ela chama Darwin? A Organização Mundial da Saúde classifica de acordo com o primeiro lugar que foi identificado o vírus. E é uma cidade da Austrália que se chama Darwin. Por isso, é o H3N2 da variante Darwin", disse Granato.


O infectologista explica que a variante apareceu recentemente e que, quando a vacina foi aplicada há mais ou menos 6 meses, o vírus não era conhecido e "não tinha como fazer uma vacina com ele".


"Na vacina do ano que vem, a OMS já mandou colocar a Darwin, mas isso só vai ficar pronto para a gente lá para março ou abril", informou.

Comentários