Medicamentos sofrerão reajuste nos preços e alta pode chegar a 12%


Ao CB.Poder, Álvaro Silveira Júnior, presidente eleito do Sindicato do Comércio Atacadista do DF, comenta a alta nos insumos prevista para o próximo mês


EF
Eduardo Fernandes*







O entrevistado falou também sobre a importância do setor atacadista no DF - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Mesmo durante o período pandêmico, o setor de atacado, no ano passado, movimentou cerca de R$ 2 bilhões em ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Ao CB.Poder — programa do Correio em parceria com a TV Brasília —, desta terça-feira (22/3) Álvaro Silveira Júnior, presidente eleito do Sindicato do Comércio Atacadista do DF, que tomará posse do cargo no dia 30 de março, destacou a importância do atacado e a contribuição para a geração de empregos que ele proporciona. De acordo com Silveira, são mais de 20 mil trabalhos fornecidos de maneira direta, além de 7 mil caminhões próprios, com exceção daqueles que terceirizam suas logísticas com outras empresas.


Em entrevista à jornalista Samanta Sallum, o também diretor do Instituto Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal) e vice-presidente do conselho deliberativo do Sebrae diz ser a favor da PEC 110 de reforma tributária, que será apreciada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) no Senado. “Nós precisamos de alguma coisa. Deveríamos aprovar, pelo menos o que está em consenso, com uma simplificação tributária, para que possamos caminhar”, diz. Em 2021, Silveira relata a vitória do setor com a prorrogação de incentivo para atacadistas ampliada por mais 15 anos, que possuía, antes, um prazo de cinco anos.
Reajuste nos medicamentos

A partir do dia 1º de abril, a tabela de preços para insumos passará por mudanças na capital. Com um crescimento estimado de 10% a 12%, o presidente da Sindiatacadista alerta que esse aumento nos valores não são lineares. “Produtos com maior concorrência, o governo deixa mais flexível. Produtos com menor concorrência, o governo atua para que as empresas não façam abuso da sua posição econômica”, explica Silveira, que é sócio da rede da drogarias Brasil.

Diferente de outros anos, os preços crescerão de forma regular. Porém, todos os medicamentos passarão por uma alta. Ainda que esse aumento esteja previsto, a maior preocupação da indústria farmacêutica atualmente é a falta de abastecimento de alguns remédios. Em decorrência do pico de casos ocasionados pela gripe, Silveira comenta que houve uma corrida no fim de 2021 para suprir desabastecimentos pontuais de muitos medicamentos. “Hoje, temos o medicamento, mas, às vezes, não temos a molécula. No final do ano tivemos falta de xarope, amoxicilina e paracetamol. Além do clavulanato, que é muito usado para pneumonia e estados graves de gripe”, finaliza. Apesar dos obstáculos enfrentados, o presidente afirma que o momento de ausência medicamentosa está regulado.
Expectativa para a economia

Em ano eleitoral, Silveira destaca o olhar atento para a Taxa Selic que, em sua visão, será responsável por tirar muitos investimentos do setor. “Vários empresários pegaram programas do governo de financiamento que estavam atrelados à Selic. Com isso, provavelmente, muitos empresários terão problemas ao longo do ano de adimplência desses valores”, reitera.


Um dos objetivos do Sindiatacadista para 2022, em parceria com a Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal), é a formação de profissionais para mão de obra qualificada. Com a demanda por trabalho aumentando, Silveira afirma que está otimista em relação a este ano, mas com os olhos fixados para 2023, ano com maiores preocupações para o presidente, visto que o pós-eleitoral deixará o cenário em indefinição.

*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel

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