Feira vende produtos feitos por unidades prisionais






Uma parceria inédita entre a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e a Fundação Cultural, Educacional, Popular, em Defesa do Meio Ambiente (Cepema) resultou em uma edição especial da Feira Agroecológica, que ocorre quinzenalmente na Área Adahil Barreto, do Parque Estadual do Cocó. Neste sábado, 6, será iniciada a comercialização de produtos orgânicos e artesanatos provenientes da Unidade Prisional de Sobral e da Unidade Irmã Imelda Lima Pontes, em Aquiraz.

De acordo com o secretário estadual do meio ambiente, Artur Bruno, a feira tem atraído muitas pessoas interessadas em alimentação saudável. “Agora, nós vamos ter algo muito importante que é a presença da Secretaria de Administração Penitenciária com a produção orgânica que se faz nos presídios estaduais. Isso é muito importante como um fator de ressocialização dessas pessoas, que precisam voltar a sua vida normal na sociedade produzindo e trabalhando”, pontua. Dessa forma, o secretário afirma que ao mesmo tempo que é um projeto de inclusão social, a Feira Agroecológica também é uma ferramenta de boa alimentação e saúde pública.

O evento é uma realização da Cepema e da Rede EcoCeará e, além da SEMA, também conta com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA). Artur Bruno detalha ainda que o objetivo principal é desenvolver um projeto piloto na expectativa de capacitar a população recolhida no sistema prisional em boas práticas de produção agrícola, agroecologia, gastronomia, produção artesanal, dentre outras. “O entendimento é que o processo de ressocialização passa também pela vivência com o meio ambiente”, defende.

O titular da SAP, Mauro Albuquerque, acredita que a ação é resultado de uma “profunda transformação de concepção de gerência do sistema prisional”, que antes era classificado como uma espécie de ‘escola do crime’ e agora é uma ‘escola de capacitação e de novidades’. “Queremos que todas as unidades tenham sua horta com produtos totalmente orgânicos, capacitando nossos detentos e servindo à sociedade”, afirma.

Albuquerque explica que, com a Feira, mais uma vez mostra-se que a educação, a capacitação e o trabalho são fundamentais para possibilitar que as pessoas privadas de liberdade não retornem ao crime. “Estamos fazendo isso de forma massiva. É um ganho muito grande para a população do Ceará e de Fortaleza, que vai ter o nosso alimento totalmente natural e de primeira qualidade na mesa, e para o próprio interno que está remindo pena e aprendendo a realmente servir a sociedade”, detalha.


Por Yasmim Rodrigues

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