Mais de 300 mil pessoas não tomaram a D1 no Ceará






Desde o início da pandemia em 2020, o Ceará já confirmou 1.262.880 casos de covid-19. Destes, 1.127.848 foram recuperados. Atualmente, cerca de 20 mil notificações estão sendo investigadas. De acordo com dados disponibilizados pela plataforma IntegraSUS, 27.175 cearenses perderam a vida em decorrência do novo coronavírus.

Mesmo assim, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 300 mil pessoas podem ainda não ter iniciado o esquema vacinal primário. O IBGE estima que a D1 tenha tido uma cobertura vacinal de 95,57% no Ceará, porcentagem esta que se encontra acima da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde que é de 90%, porém, dentre os 4,43% restantes estão, aproximadamente, 377.472 pessoas. “A população não vacinada, além de estar exposta a maior risco de infecções graves de covid-19, também aumenta o risco de perpetuar a circulação do vírus. Somente uma população com alta cobertura vacinal oferece dificuldade para o vírus se disseminar”, afirma o infectologista Danilo Campos.

É válido ressaltar que todos os números são uma estimativa, não sendo possível determinar quantidades exatas. Para a também infectologista Sara Veras, a mutação constante do vírus e o fato de que existem pessoas que não completaram o esquema vacinal são fatores que impactam significativamente na impossibilidade de determinar se um dia as condições pré-pandemia serão vividas novamente. “A gente espera que o vírus se torne menos agressivo, mas é incerto, não há como saber quando será e nem se está perto ou longe”, afirma.

Até o momento de produção deste texto, mais de 21 milhões de doses foram aplicadas no Ceará e a cobertura vacinal da D2 é de 90,98%. A Secretaria de Saúde do Estado (SESA) informou que 1.101.389 pessoas já estão aptas a tomar a primeira dose de reforço da vacina (D3), pois já se passaram 4 meses da aplicação da D2. É possível consultar diariamente as condições e os locais específicos para a administração dos imunizantes em cada caso no site da Gestão Municipal de Fortaleza. “As vacinas de reforço aumentam a concentração de anticorpos no indivíduo, reduzindo o risco de escape imunológico do vírus, que é a capacidade do vírus de driblar o sistema imune do humano”, destaca Danilo Campos.

O uso de máscaras
Em um contexto de flexibilização de medidas, o Governo do Ceará deixou de exigir o uso de máscaras de proteção ainda em abril. Porém, por conta do receio de que uma nova onda volte a preocupar a saúde do povo cearense, o Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia continua avaliando os índices do estado regularmente.
Na última reunião, realizada na sexta-feira, 24, a governadora Izolda Cela anunciou que o decreto que determina a recomendação do retorno ao uso das máscaras será mantido por conta de um aumento no número de casos no estado. “Muito em função da vacina, não temos aumento na quantidade de internações graves nem registro de óbitos. Seguimos com a recomendação do uso de máscaras em locais fechados, sobretudo escolas, e espaços abertos com aglomeração”, disse.

Ainda nesta semana, o município de Barbalha tornou obrigatório o retorno ao uso de máscaras em ambientes fechados, bem como recomendou o uso da proteção também em ambientes abertos. As determinações durarão até, pelo menos, o dia 3 de julho. “Se aumentar o número de casos e o comportamento do vírus for mais agressivo, talvez tornem-se as máscaras obrigatórias. Mas, idealmente, como ainda não temos muitos casos graves, talvez seja interessante usar a máscara cirúrgica em grandes aglomerações e ambientes hospitalares”, opina Sara Veras.
De acordo com ela, a máscara é um equipamento fundamental para evitar a disseminação do vírus. “A partir do momento que se usa uma máscara evita-se a disseminação do vírus em mais de 90%. Enquanto tiver pandemia, se as pessoas forem a locais com grande risco de contaminação, o uso da máscara é primordial”, explica.
(Yasmin Rodrigues)

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