Em
Itaitinga, na Região
Metropolitana de Fortaleza, o problema não é exatamente a falta d’água.
Enquanto
178 dos 184 municípios cearenses decretaram estado de emergência por
conta da
estiagem, a cidade, que conta com água de pelo menos três grandes açudes
(Riachão, parte do Pacoti e do Gavião) e dois canais (Integração e
Trabalhador),
luta para fazer com que o abastecimento chegue a toda a sua população.
Para isso, uma parceria entre a
Prefeitura de Itaitinga e a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) vem
permitindo a ampliação da rede de abastecimento em diversas comunidades do município.
Caso do bairro Carapió, onde já foram realizadas obras nas ruas Geraldo Magela
Novais e Francisco Alencar, com a instalação de 165 metros de ampliação de
tubulação de água.
Nem o sol do meio dia arrefeceu
os ânimos do casal Maria Ponciano, 64 anos, e Natanael Araújo, 73. Juntos, os dois
ajudavam nos trabalhos de ampliação da rede, que fez a idosa pôr a “mão na
massa” dentro da vala aberta no meio da rua. “Moramos há 14 anos aqui, e nunca
tivemos água encanada. Foram muitas promessas não cumpridas, e hoje
finalmente estamos ajudando a realizar nosso sonho”, conta Natanael. A água
utilizada pelas cerca de 18 residências da área era oriunda de poços, e
chegavam a faltar quando a bomba apresentava defeitos. “A gente ficava sem água”,
lembra.
Em visita às obras no Carapió, o
prefeito de Itaitinga, Abel Cercelino Rangel Júnior, explica que o objetivo da
parceria com a Cagece é beneficiar cerca de 3 mil itaitinguenses que ainda não
contam com água encanada. As obras são feitas com recursos próprios do
município e material da Companhia, que também disponibiliza um técnico para
supervisionar as obras. “São obras de baixo custo, porém de um impacto social
enorme”, avalia.
De acordo Marcos Daniel, técnico
da Cagece que acompanha as obras, a ampliação da rede de abastecimento deve
beneficiar nos próximos dias moradores do Parque Santo Antônio e Riachão. “Temos
serviços previstos para serem executados paulatinamente nos bairros Caracanga,
Lagoa de Dentro, Vila dos Pedros, Laje dos Gatos, entre outros”, acrescenta.
Marcos Daniel explica que para
ampliar a rede, a Prefeitura solicita à Cagece a medição da pressão da água da
área, a fim de verificar se há condições técnicas. A Cagece faz o estudo
de viabilidade. “Somente se a pressão foi acima de 1,0 kgf/cm3, que
corresponde a 10 metros de coluna d’água, é possível”, detalha.
Marcel Bezerra
Comentários
Postar um comentário