Em seu primeiro
discurso na tribuna da Assembleia Legislativa durante o Expediente desta terça,
11 de fevereiro, o deputado estadual Moisés Braz (PT) afirmou que seu mandato fará
a defesa dos trabalhadores no Parlamento. “Nosso mandato vai defender os
governos Camilo e Dilma, mas em nenhum momento teremos dúvida quanto à luta intransigente
pelos direitos dos trabalhadores”, afirmou o deputado, que foi eleito para
presidir a Comissão de Agropecuária da Casa.
Moisés iniciou
seu discurso agradecendo o apoio dos trabalhadores, do movimento sindical, da
Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do
Ceará (Fetraece), do PT e dos movimentos sociais, além de prefeitos,
vice-prefeitos e vereadores. “Sem esse apoio eu não teria chegado até aqui”,
colocou o deputado, que recebeu 75.027 votos em outubro passado.
Em seguida, o
parlamentar lembrou seu histórico de agricultor, nascido na comunidade de
Riacho Fundo, zona rural de Massapê, no Norte do Estado. “Conheço profundamente
a vida do homem e da mulher do campo, a realidade em que vivem os trabalhadores
que precisam de um pedaço de terra para trabalhar”, afirmou, ao contar as
dificuldades vividas desde que iniciou a lida na roça ainda criança junto
com família. “Não tínhamos terra, pagávamos
com parte da produção em regime de parceria. Não tínhamos carteira assinada,
acesso a outras políticas públicas, como Educação, Saúde, tão comuns aos
trabalhadores do meio urbano”, ressaltou.
Filho mais velho entre
oito irmãos, Moisés disse que a condição de pobreza não impediu que a família
vencesse na vida. “Aprendemos a vida toda que, para termos dignidade, um dos
pontos principais é a humildade. Mesmo sendo uma família pobre, conseguimos
vencer na vida e lutar”, declarou, ao informar que seu pai, Pedro Alcântara,
mesmo aos 70 anos, ainda trabalha no campo.
O parlamentar
destacou também a luta sindical. “Tive inúmeras vezes nas galerias desta Casa fazendo
reivindicações e lutando pelos direitos dos trabalhadores, muitas delas até
xingando alguns que hoje estão neste plenário. Mas dediquei a minha vida toda à
organização e defesa dos trabalhadores”. Na opinião de Moisés, a categoria assimilou
a ideia de que a luta vai além da esfera sindical. “Hoje compreendemos o papel
do parlamentar, que é fazer a defesa dos direitos sociais, de políticas publicas.
Nossos companheiros entenderam que não basta sermos sindicalistas e fazermos
apenas ações e movimentos de massa. Também é preciso que os trabalhadores participem
do Parlamento”, explicou, ao pontuar que sua militância começou nos movimentos
sociais ligados à Igreja Católica antes de entrar para o Sindicato Rural de
Massapê, do qual foi presidente no início dos anos 1990. Depois, exerceu cargos
de direção na Fetraece até chegar à presidência da entidade entre 2006 e 2013. Ele
também fez questão de citar que sua candidatura recebeu o apoio de outras
categorias de trabalhadores, entre elas os bancários, comerciários e metalúrgicos,
assim como de entidades da sociedade civil.
Moisés anunciou
que vai lutar pela criação do Sistema Integrado de Produção da Agricultura
Familiar, um conjunto de políticas públicas que incluem acesso à terra, água,
energia, assistência técnica, crédito, preservação do meio ambiente e redução
do uso dos agrotóxicos no meio rural. Ele disse ainda que entende a importância
do agronegócio para a economia do Estado, defendeu mais recursos para a
Agricultura Familiar e pediu o apoio dos colegas de parlamento. “Com esse propósito,
tenho humildade de pedir a ajuda de vocês. Que possamos fazer essa defesa que é
definitiva para vida e a permanência do homem no campo, já que, nas últimas
décadas, houve um êxodo rural muito grande de trabalhadores, e principalmente dos
jovens, que não se encontram mais no meio rural pela falta de oportunidades e
pela violência”, acrescentou.
Deputado
vai presidir Comissão de Agropecuária
O deputado
estadual Moisés Braz (PT) foi eleito nesta quarta, 11 de fevereiro, por
unanimidade, para presidir a Comissão de Agropecuária da Assembleia Legislativa
do Ceará. O colegiado será composto também pelos deputados Carlos Matos (vice,
PSDB), Roberto Mesquita (PV), Leonardo Pinheiro (PSD) e Robério Monteiro.
“Vamos pautar um debate franco sobre a importância da agricultura e da
pecuária. Espero que possamos ter audiências públicas e solenidades, mas também
contar com a participação dos representantes das entidades da sociedade civil e
do movimento sindical de trabalhadores para fortalecer esse processo",
afirmou o novo presidente.
Entre as
atribuições da comissão estão a política agrícola e assuntos atinentes à
agricultura e pecuária, questões fundiárias e reforma agrária, estímulos
fiscais, financeiros e creditícios à agricultura, à pesquisa e experimentação
agrícolas;
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