Campanha presidencial de 2018 já está em campo. Lula e Serra arregaçam as mangas


Se a eleição presidencial de 2014 parece ainda não ter chegado ao fim, a de 2018 igualmente parece já estar em curso. E em meio a fortes declarações, negociações, projetos e discursos, PT e PSDB mostram suas garras para o próximo embate. Enquanto o senador tucano José Serra apresenta projeto de lei que agrada a Estados e municípios, o ex-presidente Lula reage aos ataques e acusações mostrando que não tem receio de nada, e que está pronto para a batalha. "Está aceita a convocação."
Serra arregaça as mangas e demonstra estar disposto a ser o nome do PSDB. Aécio Neves que se cuide, pois ele já está em campo, apresentando o projeto de lei (183/2015) que dispõe sobre depósitos judiciais e administrativos no âmbito dos Estados, Distrito Federal e municípios. De acordo com o PL, os depósitos deverão ser efetuados em bancos públicos, e Estados, Distrito Federal e municípios ficam autorizados a movimentar valores depositados em juízo ou administrativamente em processos em que sejam parte, para pagamento de precatórios, dívida fundada e despesas de capital. Pelo projeto do senador José Serra, estados e municípios teriam direito a sacar, em 48 horas, 70% do valor total depositado em juízo, sem a necessidade de autorização do juiz.
José Serra já está em campo, com seu projeto de lei
José Serra já está em campo, com seu projeto de lei
O projeto de lei - uma forte plataforma eleitoral - agrada em cheio a estados e municípios, mas é motivo de grande preocupação para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e para a presidenta Dilma Rousseff, empenhados em reabastecer o caixa do União. Se o projeto for aprovado, trará entraves para a economia. Por outro lado, se Dilma vetá-lo, criará atritos com estados e municípios.
Paralelamente a todo este jogo da oposição, o ex-presidente Lula sai em campo com fortes declarações, como fez na sexta-feira (1), Dia do Trabalhador, mostrando claramente que não tem qualquer receio e não está nem um pouco preocupado com qualquer acusação que tenha como objetivo atingi-lo. Afinal, a liderança que ele sabe ter foi construída com trabalho e com a defesa intransigente do direito do trabalhador.
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Lula afirmou que os barões da imprensa têm medo de sua volta em 2018. "Vejo nas revistas brasileiras, que são um lixo, as insinuações. Eles querem pegar o Lula, mas me chama para a briga que eu gosto", afirmou, para as milhares de pessoas presentes ao ato, no Vale do Anhangabaú. "Quero dizer aqui, na frente das crianças: pega 10 jornalistas da Veja, da Época, e enfia um dentro do outro que não dá nem 10% da minha honestidade", completou.
Lula disse que está notando "todo santo dia, insinuações". "'Ah, lá na operação Lava Jato estão esperando que alguém cite o nome do Lula. Ah, estão tentando fazer com que os empresários citem o nome de Lula. Eu estou quietinho no meu lugar. Não me chame para a briga. Eu não tenho intenção de ser candidato a nada. Está aceita a convocação... Aos meus detratores: eu vou andar este país outra vez, e vou conversar com os desempregados, os camponeses, os empresários. Eu vou começar a desafiar aqueles que não se conformam com o resultado da democracia. Aqueles que, desde a vitória da Dilma, estão pregando a queda da Dilma”, afirmou.
As declarações públicas de Lula mostram claramente que nada o tirará da campanha eleitoral. E, apesar de fortes e contundentes, o estranho é que até o momento ninguém veio a público contestar ou responder. Quem pretende entrar no confronto com Lula parece querer evitar o embate direto, parece querer evitar uma disputa democrática, e preferir uma judicial, no tapetão, nos tribunais


Jornal do Brasil

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