PMDB pede ao TRE-CE mandato do vereador Carlos Mesquita


Após finalizar processo de expulsão do parlamentar, a direção do PMDB cearense entrou com ação pedindo o mandato do vereador. Mesquita acusa Gaudêncio Lucena de perseguição e avisa que acionará advogado
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O vereador Carlos Mesquita (ex-PMDB) classificou como “perseguição pessoal” por parte do vice-prefeito Gaudêncio Lucena (PMDB) a ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) que pede o mandato do parlamentar. A ação de perda de mandato por desfiliação partidária foi distribuída, na última quinta-feira, 4, ao juiz Antônio Sales de Oliveira, que será o relator do processo a ser julgado pela Corte do Tribunal. “Isso é ódio do Gaudêncio Lucena. Eu tenho pena dele. É perseguição pessoal nojenta que não condiz com o vice-presidente de um partido”, criticou.
O vereador voltou a se defender da acusação que resultou na sua expulsão: infidelidade partidária. Como defesa, criticou a conduta do seu ex-partido durante as eleições do ano passado. “Não dá para entender a atitude do senador Romero Jucá que votou abertamente no Aécio Neves para presidente e o PMDB não tomou nenhuma providência. Aqui (Ceará) mesmo ninguém viu uma propaganda da Dilma ligada ao PMDB. Por que essa raiva de mim, então?”.

Mesquita afirmou que soube da ação pela imprensa e que deverá conversar com seu advogado para tomar providência. Ele afirmou ainda que o partido não havia informado a definição da sua expulsão, e que ainda estava aguardando uma reunião da diretoria executiva da legenda para a decisão final.

O vice-prefeito Gaudêncio Lucena, que também é vice-presidente estadual do PMDB, no entanto, garantiu que o processo de expulsão já foi concluído e que o parlamentar não entrou com um recurso dentro do prazo, como prevê o regulamento e, por isso, o partido está requerendo o mandato e exigindo a posse do suplente.

Gaudêncio negou perseguição ao ex-correligionário. “Eu já disse várias vezes que não fui eu quem entrou com o pedido na Comissão de Ética sobre a infidelidade nas eleições passadas. Só quem tem interesse em fazer esse pedido é o suplente e o Ministério Público”. O vice-prefeito reiterou que o mandato pertence ao partido e não ao vereador.

Expulsão
No final de julho deste ano, o Conselho de Ética do PMDB do Ceará decidiu expulsar o vereador Carlos Mesquita por cometer infidelidade partidária nas eleições de 2014 quando teria apoiado a candidatura de Camilo Santana (PT) ao governo estadual. O relatório de expulsão foi baseado em um episódio durante as eleições em que o parlamentar foi detido em um veículo portando diversos materiais de Camilo, Ivo Gomes (Pros) e Mauro Filho (Pros). Desde o episódio, o vereador tem negado a acusação de apoio ao petista.
"ISSO É ÓDIO DO GAUDÊNCIO LUCENA, EU TENHO PENA DELE. É PERSEGUIÇÃO PESSOAL NOJENTA QUE NÃO CONDIZ COM O VICE-PRESIDENTE DE UM PARTIDO”
Carlos Mesquita, vereador de Fortaleza


EU FAÇO PARTE DA EXECUTIVA, NÃO FUI EU QUE APRESENTEI O PEDIDO DE INFIDELIDADE. A COMISSÃO DE ÉTICA É CONSTITUÍDA DE OUTROS MEMBROS. COMO EU ESTOU FAZENDO ESSA PERSEGUIÇÃO?

Gaudêncio Lucena, vice-presidente estadual do PMDB

O POVO