A equipe, que durante a etapa regional adotou o codinome 360, superou a meta pretendida, que era lançar um foguete a 120 metros de altura; o equipamento lançado atingiu 153 metros, garantindo a classificação para a Jornada no Rio. Os três alunos já eram amigos e decidiram entrar na disputa por brincadeira, mas depois de entender como funciona um foguete, foram tomando gosto pelo trabalho e se dedicando cada vez mais ao projeto. Segundo João Paulo de Souza, um dos estudantes selecionados, a escolha da equipe para participar da Jornada Nacional foi um acontecimento único na vida dos jovens "fizemos uma base de lançamentos com muito carinho e o foguete foi estudado em todos os detalhes para que tivéssemos o melhor desempenho na VII Jornada de Foguetes", disse.
De acordo com o estudante Francisco Rodrigo Albano de Assis, os colegas não acreditavam que pudessem vencer, pois estavam concorrendo com muitas equipes. "Apesar das dificuldades e limitações, conseguimos superar essas adversidades e vencer as outras equipes do Ceará", declarou Albano.
Mais sobre foguetes
O foguete confeccionado pelos estudantes com a orientação do professor foi adaptado por meio de outros protótipos pesquisados na Internet e estudos relacionados à aerodinâmica, objetivando a produção de algo original. Durante três meses, os alunos estudaram vários assuntos de Física, Matemática e Química para entender melhor o funcionamento do equipamento. As aulas foram realizadas no intervalo do almoço e ministradas pelo professor de Física Rodrigo Melo Nobre, que acompanhou os estudantes durante a viagem.
Na confecção do foguete, com massa total de 198 gramas e 39 cm de comprimento, mais 8cm de diâmetro, foram utilizadas duas garrafas PET de 900 ml. O objeto tem o formato de um míssil, pois ajuda a diminuir a resistência do ar, quando foram realizados vários testes na base de improvisada de lançamentos que era adaptada para usar água, bicarbonato de sódio e vinagre.
Os alunos ficaram entusiasmados com o comportamento do foguete, que permaneceu estável durante os lançamentos. Após a primeira fase, deram início à próxima, que era construir uma base própria, de lançamento, mais eficiente e segura.
No lançamento oficial, que aconteceu no dia 14 de maio de 2015, foram utilizados 800ml de vinagre e 250 gramas de bicarbonato de sódio. Os organizadores se preocuparam com a segurança, que é primordial para os lançamentos dos foguetes, evitando a ocorrência de acidentes. Os foguetes foram lançados longe de casas e de pessoas. Na hora, a equipe estava munida com equipamentos de segurança, capa de chuva e óculos e ficaram a uma distância de 10 metros atrás da base de lançamento, para que não ocorresse nenhum risco para a equipe.
Apoio para a viagem
Para viajar ao Rio de Janeiro, a equipe contou com o apoio da Prefeitura de Santana do Acaraú, por meio da Secretaria de Educação, que arcou com as despesas e inscrições da equipe, no valor de R$ 2.400. As passagens aéreas foram custeadas pela Assembleia Legislativa, além do apoio de familiares e moradores de Santana, que contribuíram com depósitos bancários, numa página criada para angariar os recursos necessários à estada.
"Meu filho é muito dedicado. Quando chega em casa, vai direto para os livros. Não temos condições financeiras, por isso quero que ele estude mais. Essa é a única riqueza que ele terá pra um futuro melhor", declarou a dona de casa Maria Leila dos Santos de Souza, mãe de um dos alunos, que organizou rifas com as outras duas mães para conseguir dinheiro para a viagem.
Classificação
O Ceará foi o segundo Estado com o maior número de classificações para a Jornada no Rio, ficando atrás, apenas de São Paulo; no entanto, das 12 equipes que participaram da disputa, a equipe de Santana do Acaraú foi a única completa, e obteve o 1º lugar Geral do Ceará, ficaram ainda em 4º lugar em equipe, se classificando em 11º lugar geral nacional
DN