Com apenas 7% de seu volume, segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o Açude, que teve o fechamento gradativo de suas comportas finalizado em março deste ano, não consegue mais dar vazão suficiente para manter as áreas irrigadas de coco, banana, mamão, goiaba, graviola, maracujá, caju, e uva, cultivos que chegavam a gerar para a economia da região algo em torno de R$ 8 mi por ano. Os cerca de 170 litros de água recebidos por segundo só servem para manter as poucas famílias que restaram nos lotes.
Em Varjota, onde o Perímetro está instalado em sua maior parte, a crise hídrica atingiu não apenas os moradores da sede, mas os da zona rural, que possui 40% do total dos 20 mil habitantes. As 16 comunidades distribuídas em Croatá dos Martins, único distrito de Varjota, não têm conseguido dar conta da demanda pactuada com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com a compra direta de produtos da agricultura familiar.
"Tudo que fizemos, além do atendimento com carro-pipa, perfuração de 12 poços, não tem dado grande resultado frente à seca que enfrentamos. No Perímetro, a situação é calamitosa, mas o Dncos anunciou a continuidade do projeto, que entrará em sua segunda etapa, com ampliação de sua extensão. Até onde sabemos, isso se dará por conta das obras já licitadas e pactuadas, com recursos garantidos", disse Rocireuda Pires, secretária de Agricultura de Varjora.
Em matéria veiculada no Diário do Nordeste do último dia 8, o diretor-geral do Dnocs, Walter Gomes, anunciou que o órgão possa fechar suas portas. Entre as declarações, está a iminência, neste ano, da aposentadoria de 1.100, dos cerca de 1.500 servidores; e de mais 400 no ano que vem. A falta de concurso público seria outro problema, segundo o diretor. Ainda assim, o órgão anunciou ontem investimentos na expansão e recuperação dos sistemas de abastecimento de água e de irrigação em vários Estados, inclusive no Ceará.
DN