Cearense intermediário do esquema de Machado é acusado de fraudar em R$ 12,5 milhões do BNB









FOTO: TASSO MARCELO/ ESTADÃO
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Felipe Rocha Parente, que foi apontado por Sérgio Machado como o responsável de pegar propina em empresas e entregar a caciques do PMDB, como os senadores Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e o ex-presidente José Sarney, é acusado de ser o pivô de uma fraude de pelo menos R$ 12,3 milhões contra o BNB (Banco do Nordeste).
Ele é uma das figuras-chave na delação de Machado, ex-presidente da Transpetro, já que poderá confirmar ou negar os pagamentos em espécie a políticos que, segundo o delator, ocorreram entre 2004 e 2007.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, em uma ação civil de improbidade administrativa ajuizada em 2013 pela Procuradoria da República no Ceará, Parente e um irmão dele, Marcelo, teriam se beneficiado de uma série de empréstimos concedidos pelo BNB sem as precauções necessárias. Eles são cunhados do então chefe de gabinete do presidente do banco, a acusação foi feita pelo procurador Alexandre Meireles Marques
Auditorias da CGU (Controladoria-Geral da União) e uma sindicância do próprio BNB identificaram, segundo a Procuradoria, irregularidades na liberação dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste.
O dinheiro foi liberado em cinco operações separadas de 2010 a 2011 para a suposta aquisição de máquinas e equipamentos pelas empresas dos irmãos Parente denominadas Destak e MP Empreendimentos.
Segundo a Procuradoria, a auditoria da CGU e outra interna do BNB, constataram a existência de transgressões cometidas pelas empresas rés de diversas normas legais, inclusive de natureza penal.
Os recursos eram liberados “sem realização de vistoria prévia dos bens financiados e ausência de qualquer vistoria de acompanhamento do empreendimento”. Verificou-se ainda, segundo a Procuradoria, “a ausência das apólices de seguro referentes aos equipamentos financiados e dados em garantia”.
A ação de improbidade está em andamento na Justiça Federal do Ceará, ainda sem decisão final.
Segundo Machado, Parente fez um pagamento de R$ 300 mil para Renan e outros “esporádicos” até 2008, entregou cerca de R$ 3 milhões para o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e fez entregas de R$ 300 mil e R$ 400 mil para Romero Jucá em 2004 e outras “esporádicas”.
Na época, Parente trabalhava em uma empresa do filho de Machado, Daniel, que também fez delação premiada. Daniel contou que seu amigo ganhava uma taxa de 5% “em relação aos valores movimentados”.
Com Folha de S. Paulo