Julgamento de Dilma deverá durar sete dias e acabar em 31/8


Presidente afastada, Dilma Rousseff, durante Encontro com Movimentos de Mulheres no Alvorada

Os senadores começam a se preparar para enfrentar uma maratona de sete dias para julgar definitivamente a presidente afastada, Dilma Rousseff, em seu processo de impeachment.



A fase final começará no dia 25 e ela será ouvida pelos parlamentares e responderá a questionamentos na segunda-feira, dia 29 de agosto.

A previsão dos senadores é de que a votação final aconteça apenas na quarta seguinte (31). Os parlamentares também deverão trabalhar em parte do final de semana.

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, esteve no Senado ontem, em uma reunião que durou mais de duas horas, para combinar com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os demais senadores o roteiro desta última etapa.

A principal preocupação do ministro era não realizar sessões durante o fim de semana sob o argumento de que, nem o STF e nem o Senado trabalham normalmente nestes dias. Lewandowski não queria que houvesse espaço para posteriores questionamentos da defesa e críticas de que o processo foi “atropelado”.


Senadores aliados ao presidente em exercício, Michel Temer, no entanto, queriam que as sessões prosseguissem pelo sábado e domingo para agilizar o fim do processo.

De acordo com eles, o peemedebista quer ir à China como presidente efetivo, onde participará da reunião de cúpula presidencial do G20, em 4 e 5 de setembro.

Apesar do acordo fechado para que não se marcasse nada para o fim de semana, o ministro acabou tendo que ceder um pouco já que existe a possibilidade de que a oitiva das testemunhas acabe apenas no sábado.

O processo começará na quinta (25), às 9 horas, com a apresentação das chamadas “questões de ordem”, que são pedidos feitos por senadores sobre o trâmite do processo. Em seguida, os senadores iniciarão a oitiva das duas testemunhas indicadas pela acusação.


Assim que acabar esta parte, os senadores iniciam a oitiva das testemunhas de defesa. O advogado de Dilma, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, indicou seis pessoas, número máximo permitido.

Segundo Lewandowski, ficou acordado entre os parlamentares que eles prosseguirão com a sessão durante o tempo necessário para que todos sejam ouvidos.

Ou seja, é provável que esta fase acabe no sábado (27), já que a previsão é de que cada uma leve, em média, oito horas. Se necessário, os senadores também trabalharão no domingo. O Senado retomará a sessão na segunda (29), às 9 horas, com a
presença de Dilma.

O POVO