Olimpíadas 2016: Groairense Gideoni Monteiro estréia no ciclismo de pista




Único representante brasileiro no ciclismo de pista em 24 anos, Gideoni terminou o primeiro dos dois dias de competição em 8º lugar, depois de não começar tão bem. Nesta segunda, ele volta à pista do Velódromo Olímpico ( Foto: Cid Barbosa )
"Guerreiro. Esse merece que eu tire uma foto", soltou uma voluntária, se referindo a Gideoni Monteiro, natural de Groaíras, o único representante brasileiro na Olimpíada num esporte que tem pouquíssima tradição no País, o ciclismo de pista.
E nesse domingo, em sua estreia na modalidade Omnium, a mais desafiadora de todas, por ser disputada em seis provas distintas, no Velódromo Olímpico, pode-se dizer que ele fez bonito. Monteiro terminou a primeira metade - provas de scracht, perseguição individual e corrida por eliminação - dessa verdadeira maratona de bike em 8º lugar. Na manhã desta segunda-feira, ele volta à pista para disputar as três competições que faltam - contrarrelógio, volta lançada e corrida por pontos.
Satisfação
Na zona mista, Gideoni não foi de muita conversa com os jornalistas. "Estou satisfeito. Primeiro, por chegar aos Jogos Olímpicos, que já é uma satisfação muito grande", comentou o atleta de 26 anos, radicado em Aracaju, que iniciou sua carreira no ciclismo de estrada.
Ele também se disse feliz por contar com a presença de pessoas especiais na plateia, tendo recebido total apoio da torcida brasileira. "É muito gratificante ter minha família aqui, assistindo. Minha mãe está aqui. Bom, e hoje é Dia dos Pais. Se meu pai estivesse vivo, estaria aqui também, com certeza", contou.
A lembrança em um dia tão especial para o competidor tem relação com um dos traumas que teve de superar para chegar à Rio-2016. Ele perdeu o pai em um acidente de carro, há cerca de dois anos. Pouco menos de um ano e meio antes, fora atropelado enquanto treinava e por pouco não teve sua performance comprometida para sempre.
Vencidas as dificuldades, ontem, pôde inaugurar uma nova fase na vida, se tornando atleta olímpico. Ele teve a honra de colocar o ciclismo de pista do Brasil de volta aos Jogos após um longo jejum de 24 anos.
Apesar de não ter começado muito bem - foi apenas o 15º na prova que abriu a competição -, se recuperou na perseguição individual, passando para o 11º lugar e encerrando o dia num honroso 8º posto, com 66 pontos, em meio a 17 adversários de todo o mundo. "Estava nervoso no início e foi melhorando. Vamos continuar lutando para pôr o Brasil entre os melhores do mundo", finalizou.

DN