Governo quer diminuir número de profissionais cubanos no Mais Médico


Ministro Paulo Barros anunciou ontem mudanças no Mais Médicos

O Ministério da Saúde anunciou ontem mudanças no programa Mais Médicos, uma das principais bandeiras do governo federal na saúde. As medidas incluem o reajuste no valor da bolsa paga a todos os profissionais do programa, que passa de R$ 10.570 para R$ 11.520, a liberação do ingresso de médicos brasileiros formados na Bolívia e Paraguai e a diminuição no número de profissionais cubanos a partir de 2017 –a estimativa do governo é que até 4 mil cubanos sejam substituídos por brasileiros nos próximos três anos.

Segundo o ministro Ricardo Barros, a ideia a partir das novas medidas é estimular a participação de brasileiros no Mais Médicos, hoje composto em maioria por profissionais cubanos vindos por meio de uma cooperação com a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde). “Agradecemos a disponibilidade dos cubanos em nos apoiar mesmo sabendo que nosso objetivo não é manter ‘ad eternum’ essa cooperação”, disse Barros.

Essa “troca” de médicos cubanos por brasileiros, no entanto, não ocorrerá de forma imediata. Neste ano, cerca de 4 mil profissionais cubanos que encerram os contratos no Mais Médicos serão substituídos por outros profissionais do mesmo país. A expectativa é que os novos médicos estejam no Brasil até dezembro.

Já em 2017, a previsão é que cerca de 2 mil de um total de 5 mil vagas de médicos cubanos que encerram sua participação no Mais Médicos já seja destinada a brasileiros. A oferta ocorrerá por meio de editais lançados até abril. De acordo com o ministério, tratam-se de vagas “com maior potencial” para atraírem brasileiros, por estarem em locais menos distantes e com maior infraestrutura. “Troca” semelhante deve ocorrer nos anos seguintes. Com isso, a previsão é que o número de cubanos no Mais Médicos passe de 11.429 para 7.429 em três anos –uma redução de 35%.

A exceção ocorrerá para cubanos que se casaram ou reconheceram união estável no Brasil. Nestes casos, será ofertada a possibilidade de prorrogar os contratos por mais três anos, informa o ministério. Além da substituição “progressiva” dos médicos cubanos, o Mais Médicos também trará outra mudança: a possibilidade de que brasileiros formados em qualquer país se inscrevam para atuar no Brasil por meio da iniciativa. (agências de notícias)