Adversários veem prisão de Eduardo Cunha ameaça ao governo


Brasília. Minutos após a confirmação da prisão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um de seus principais adversários foi ao microfone do plenário da Câmara anunciar a notícia, mas apenas um dos seus outrora numerosos aliados se dispôs a comentar o assunto -e não o defendeu.
Chico Alencar (PSOL-RJ) relatou a prisão às 13h36 de ontem durante a sessão que votava emendas ao projeto que altera as regras de exploração do pré-sal.

Só cerca de meia hora depois outros adversários de Cunha foram aos microfones e começaram a falar sobre o assunto. "Hoje é um dia histórico. O dia de hoje, é o começo do fim do governo Michel Temer. Eu duvido que um homem como Eduardo Cunha, acostumado a tomar os melhores vinhos, a visitar os melhores hotéis, a comer os melhores pratos, a desfrutar dos melhores sabores da vida, aguente a prisão em Curitiba sem fazer delação premiada", discursou Sílvio Costa (PT do B-PE).
O líder da oposição, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que, caso aconteça delação, o governo de Michel Temer não irá resistir. "Sinceramente, espero que ele faça uma delação. Se ele fizer uma delação, esse governo de Michel Temer não se sustenta por um dia", disse.
O único a falar em tom destoante foi o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), segundo quem a oposição não deveria comemorar pois o próximo a ser preso pode ser o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O deputado cearense André Figueiredo (PDT) declarou que espera um posicionamento firme do Judiciário. "Todos devem ser investigados, sem qualquer seletividade", indicou.