Cunha vira réu e terá 10 dias para se defender


O juiz federal Sergio Moro recebeu, ontem, a ação contra o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se tornou réu sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O processo estava no STF (Supremo Tribunal Federal), mas, com a cassação do peemedebista, desceu para a primeira instância, na Justiça Federal do Paraná. Nesta quinta, Moro aceitou a denúncia e deu 10 dias para que a defesa de Eduardo Cunha se manifeste. O ex-deputado é acusado de receber R$ 5 milhões de propina em contas na Suíça, abastecidas com dinheiro originário de contratos de exploração de petróleo da Petrobras na África.
Moro ainda levantou o sigilo do processo contra Cunha. “A publicidade propiciará assim não só o exercício da ampla defesa pelos investigados, mas também o saudável escrutínio público sobre a atuação da administração pública e da própria Justiça criminal”, escreveu. Cunha nega irregularidades e diz que as contas pertencem a “trusts” (instrumento jurídico usado para administração de bens e recursos no exterior), e não a si próprio. Sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, já é ré pela mesma acusação na Justiça Federal do Paraná.
Agredido
Eduardo Cunha foi xingado e agredido, no feriado de quarta-feira, enquanto empurrava um carrinho de malas pelo saguão do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Imagens de um vídeo que circula nas redes sociais mostram uma mulher perseguindo o político. Ela o agrediu, incentivada pelos gritos de quem presenciava a cena. Não foi possível ver, com detalhes, que tipo de golpes a mulher desferiu. O peemedebista continuou caminhando enquanto tentava se desvencilhar e conseguiu deixá-la para trás. No Twitter, Cunha afirmou que foi recepcionado pelo mesmo grupo de manifestantes que o xingou na semana passada. “Continuo a dizer, pode vir me esperar, será um prazer”, afirmou ele. “Se eles perderam as suas boquinhas, o problema é deles.”

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