Padre é preso em Juazeiro suspeito de crimes sexuais contra jovens


O padre Lenilson Laurindo da Silva foi preso ontem, mediante mandado de prisão preventiva, suspeito de crimes sexuais contra adolescentes em Juazeiro do Norte, na Região do Cariri. O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), com o apoio da Polícia Civil, cumpriu dois mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara de Justiça Criminal da Cidade, além do mandado de prisão e de condução coercitiva à sede do MPCE em Juazeiro.

Segundo a promotora Juliana Mota, a denúncia partiu de familiares das vítimas, a maioria adolescentes de 12 e 16 anos, todas do sexo masculino, ao Ministério Público. Após prestar depoimento, o padre foi levado para a Penitenciária Industrial do Cariri (Pirc), onde permanece em uma cela especial. Os documentos apreendidos seriam encaminhados à Perícia Forense. Foram encontrados ainda celulares, computadores e HDs externos.

Conforme o Ministério Público, o padre está sendo acusado de exploração sexual de acordo com o artigo 218-B do Código Penal, que define ser crime “submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone”.

Diocese

A Diocese do Crato se manifestou, por meio de nota, sobre o caso. A entidade diz ter sido “pega de surpresa com o mandado de prisão do padre”. De forma imediata, foi baixado decreto que suspendeu a ordem do padre, ou seja, Lenilson Laurindo da Silva não pode mais exercer as funções sacerdotais, o que pode ocasionar a demissão do estado clerical após a conclusão do processo. “A decisão foi tomada de acordo com o Código de Direito Canônico, que rege a doutrina católica”, divulgou a entidade.

“A diocese de Crato reitera que preza pelo amor a Deus e ao próximo e não admite nenhum tipo de injustiça praticada contra aqueles a quem Deus nos confiou cuidar”, diz o texto. A assessoria jurídica da diocese foi acionada e acompanha o caso. Já em processo interno da igreja, a diocese afirma que está tomando providências.

A promotora Juliana Mota informou que o padre prestou depoimento acompanhado por três advogados, sendo dois particulares e um da diocese. O depoimento durou aproximadamente 15 minutos. Ela não informou o que ele declarou por ser um processo que corre em segredo de Justiça.

O POVO