A proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste nominal de 8% nos salários e abono de R$ 3,5 mil foi aceita pela maioria, conforme o Sindicato dos Bancários do Ceará. O acordo vale por dois anos. Em 2017, salários e benefícios serão reajustados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais 1% de aumento real.
O presidente da entidade, Carlos Eduardo Bezerra, explicou que a resistência do movimento grevista resultou em ganho real para a categoria. ‘’Conseguimos o aumento de 10% no vale refeição, 15% no vale alimentação, licença paternidade de 20 dias para os bancários e um programa que encarece as demissões para o sistema financeiro”. Além disso, a categoria terá anistia total pelos dias de paralisação. “Nenhum bancário vai precisar compensar nenhuma hora trabalhada, e isso levou os bancários a acompanhar a movimentação”, diz ele que .
Os bancos privados foram os primeiros a votar pelo fim da greve. Em seguida, votaram os trabalhadores dos bancos públicos. Segundo o Sindicato, mais de mil bancários participaram da assembleia, que também foi transmitida pela internet.
Durante a paralisação, o Comando Nacional de Greve dos Bancários rejeitou, pelo menos, duas propostas da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A primeira era reajuste de 6,5% de nos salários, feita no dia 5 de setembro. Quatro dias depois, a Fenaban ofereceu reajuste de 7% mais abono de R$ 3,3 mil a serem pagos em até dez dias após assinatura do acordo. A proposta foi mantida na negociação seguinte, realizada no dia 15, e novamente rejeitada pelos bancários.
As atividades de 208 agências bancárias, de um total de 259 unidades em Fortaleza, ficaram paralisadas desde o início da greve, deflagrada no último dia 6 de setembro. Em todo o Ceará, a greve contabilizou 76% das agências fechadas, o que representa 430 unidades, em um total de 562.
A paralisação afetou, principalmente, pessoas mais humildes, sem acesso à internet, alternativa adotada pelos usuários para realizar transações financeiras no período. Nos caixas eletrônicos, apesar de se manterem funcionando, O POVO ouviu relatos de demora para compensações e até falta de dinheiro.
Brasil
Com assembleias realizadas também ontem nos demais estados, os bancários voltam a trabalhar hoje na maior parte do País. A Caixa Econômica, entretanto, até o fechamento desta edição, ainda esbarrava na resistência de muitos sindicatos locais, que optaram pela manutenção da paralisação – caso do Rio de Janeiro e São Paulo por exemplo.