A Justiça Federal no Ceará negou
nesta quinta-feira (3) o pedido do Ministério Público Federal do estado
de suspensão das provas do Enem marcadas para os dias 5 e 6 de novembro
em todo país. Na decisão, de caráter liminar, a juíza Elise Avesque
Frota diz que "apesar da diversidade de temas que inefastavelmente
ocorrerá com a aplicação de provas de redação distintas, verifica-se
que a garantia da isonomia decorre dos critérios de correção previamente
estabelecidos".
O MPF pediu na quarta a suspensão do Enem em todo país
por conta da ocupação em escolas que vai adiar o exame para mais de 191
mil candidatos no Brasil. A nova data para estes alunos será 3 e 4 de
dezembro. Para o MPF-CE, devido à teoria de resposta ao item, os
candidatos farão prova com mesmo nível de dificuldade, mas a redação com
temas diferentes trará um desequilíbrio para a seleção e vai ferir a
isonomia do Enem.
O Ministério da Educação (MEC) negou a
acusação de que temas diferentes iriam prejudicar os alunos. O MEC
informou que "todo ano, o Enem realiza dois tipos de prova e,
consequentemente, duas redações. As provas do Enem têm o mesmo princípio
da equivalência garantindo igualdade de condições a todos os
inscritos". O ministério disse ainda lamentar "qualquer tentativa que
venha gerar insegurança e tumultuar um Exame que afeta a vida de 8,6
milhões de estudantes e seus familiares".
(Foto: EBC)
|
AdiamentoNesta
terça-feira (1º), o Ministério da Educação anunciou que 191,4 mil
inscritos terão as provas adiadas por conta da ocupação por estudantes
de 304 locais de prova. Nesta quarta-feira alguns inscritos começaram a
receber mensagens avisando sobre o adiamento da realização de provas
para dezembro. O órgão afirma que têm condições de processar a análise
dos resultados a tempo de os alunos utilizarem as notas para o Sisu e
que um exame equivalente ao que será realizado neste final de semana
será aplicado.
"Lamentavelmente, (quem paga essa conta)
vai ser o próprio governo federal. Bem que gostaríamos de dizer para as
pessoas que estão monitorando esse movimento, dando uma cor política
diferenciada, adoraríamos dar esse custo a essas pessoas, que desconfio
não serem os alunos", disse a presidente do Inep, Maria Inês Fini.