Reservatórios somam 7,79% da reserva no CE

A bacia dos Sertões de Crateús está entre as mais atingidas pelos cinco anos seguidos de estiagem
O Portal Hidrológico do Ceará divulgou ontem que o volume médio atual do estoque de água está em 7,79%. É a pior marca registrada nos últimos 22 anos, desde que a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh) começou o monitoramento dos reservatórios. Se forem comparados os volumes médios mensais dos 153 açudes do Ceará, de janeiro deste ano até hoje, o índice é 11,06% — é menor do que todo o ano de 2015 (16,65%). A situação é reflexo do quinto ano consecutivo de seca no Ceará.

Das 12 bacias monitoradas pelas Cogerh, a situação está mais crítica nas bacias do Curu e dos Sertões de Crateús, com 1,74% e 1,89% da reserva de água, respectivamente. Esta última está com oito dos dez reservatórios em volume morto ou completamente secos. A bacia do Alto do Jaguaribe, em Russas, já está completamente seca desde novembro de 2015.

De acordo com o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, a projeção é de que a média do volume das comportas do Estado chegue a cerca de 6% até o fim do ano. Ele afirma que os recursos das bacias que enfrentam “mais dificuldades” estão sendo priorizados para consumo humano. “Para resolver isso, estamos contando com as instalações de adutoras (de montagem rápida), que até dezembro devem somar mais de 2 mil intervenções”, cita.

Mesmo diante da situação crítica, o gestor afirma que o abastecimento nas cidades dos Sertões de Crateús está “garantido, podendo atravessar 2017 ainda com recursos”. O aquífero com cerca de 20 milhões de metros cúbicos encontrado em Crateús no início do ano, afirma ele, também pode ser usado para atender as localidades da área. “Mas só em caso de emergência. Por enquanto, estamos transferindo água da bacia do Acaraú e da adutora do açude Araras”, disse.