Secretário quer usar experiência na PF como trunfo na SSPDS

O novo secretário da Segurança Pública e Defesa Social, delegado André Costa, concedeu entrevista coletiva ontem à tarde
Combater a “veia financeira” do crime organizado, para impedir as conexões de dentro para fora dos presídios. Essa é a estratégia que deve pautar a gestão do novo titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o delegado federal André Costa. Na primeira coletiva à imprensa, ontem à tarde, questionado sobre o momento conflituoso entre as organizações criminosas, ele afirmou que “as facções estão concentradas dentro dos presídios”, mas que a circulação do dinheiro do tráfico de drogas permite o comando do crime do lado de fora.

 “Falta algo na Segurança Pública que a Polícia Federal trabalha e quero trazer essa experiência para o Estado. A ideia é continuar atuando e focando muito no combate ao tráfico de droga, que leva à maior parte dos casos de homicídio. Pretendo fazer um trabalho diferente aqui, de atacar a parte financeira”, frisou o secretário, que foi empossado ontem pelo governador Camilo Santana (PT). Para isso, ele aponta que é prioritária a parceira de ações com a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), assumida ontem por Socorro França.

O secretário destacou como desafio a continuidade da política de redução dos números de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) no Estado, que caem há dois anos. Ele promete dar “um foco grande” no combate aos crimes contra o patrimônio — roubos e furtos — “que geram a sensação de insegurança”. São esses os crimes que, além de não reduzir, permanecem crescendo, conforme dados da SSPDS. A tática, conforme Costa, uma análise diária e minuciosa dos dados estatísticos. Por serem crimes dinâmicos, o secretário acredita que é preciso aliar análise ao trabalho de inteligência.

Redes sociais
Questionado se acreditava que manter um perfil atuante nas redes sociais, com postagens polêmicas — como a que compara o socorro a um bandido ferido e servir café a um policial —, poderia interferir no trabalho à frente da secretaria e no comando dos policias, Costa tangenciou. “A grande maioria das postagens (feitas nas redes sociais) é motivadora, sempre buscando ajudar as pessoas. É para isso que eu estou na Polícia Federal e estou vindo para a secretaria”, afirmou.

Diálogo

Procurar ter contato direto com os policiais e entender as “expectativas da tropa” também foi posto como prioridade pelo novo gestor. Ele assegura que um estudo quanto ao efetivo deverá ser feito. “Tem que ser feita uma reavaliação. Às vezes, é questão de lotação. Pode ter policial fora de função, em funções burocráticas. A gente sempre precisa otimizar os recursos humanos”, disse.

Sobre a presença de presos em delegacias, situação que gera protestos e reivindicações de policias civis, Costa disse ter se inteirado de que há cerca de 300 detentos nas unidades, mas que deve ouvir a categoria e buscar soluções junto à Sejus e à Vara de Execuções Penais.

O POVO