Torcedor do Botafogo morre e outros oito ficam feridos após ataque no Engenhão


Torcedores atás da pilastra com medo de bala perdida. tiros fora do estádio.Foto Marcelo Theobald/Agência O Globo
Torcedores atás da pilastra com medo de bala perdida. tiros fora do estádio.Foto Marcelo Theobald/Agência O Globo Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
Carolina Heringer e Carla Nascimento
Um torcedor do Botafogo morreu e outros oito ficaram feridos no início da noite deste domingo, em frente ao Engenhão, antes do clássico entre o clube alvinegro e o Flamengo. Segundo informações do 3º BPM (Méier), três homens estavam diante da Ala Norte do estádio quando foram alvejados por tiros vindos de um carro que passava pela rua. Após o incidente, eles foram levados para o Hospital Salgado Filho.
Baleado no peito, Diego Silva dos Santos, de 28 anos, chegou ao hospital em estado grave e não resistiu. Jean Marques Ferreira Rocha, de 22 anos, e Pedro Henrique da Silva Rego, de 20, foram atingidos no braço esquerdo.
Do lado de fora do estádio, antes do jogo, o clima foi tenso. Famílias tiveram que se esconder atrás de pilastras ao ouvirem som de tiros, e vários enfrentamentos entre torcedores foram registrados. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, um total de oito pessoas deram entrada no Salgado Filho com ferimentos, incluindo os três baleados. Três permanecem internados, um em estado grave. Uma outra vítima, também alvo de tiro, foi encaminhada a um hospital particular, mas ainda não há informações sobre seu estado de saúde, nem se o disparo se deu na mesma situação em que Diego foi morto.
Mais cedo, o clube alvinegro chegou a afirmar que era contra a realização da partida por uma suposta falta de policiamento no entorno do estádio, mas a Polícia Militar garantiu que tinha efetivo para que o jogo acontecesse em segurança. Desde sexta-feira, mulheres e parentes de policiais militares ocupam a entrada de várias unidades da corporação no estado, impedindo a saída de viaturas e agentes. Porém, o coronel Luiz Gustavo Teixeira, comandante do 3º BPM (Méier), afirmou que o efetivo para o clássico era "mais do que suficiente".
— É claro que prejuízo sempre tem (por conta da manifestação), mas nada que impeça a realização do evento. Não seríamos levianos de realizar o jogo sem as devidas condições de segurança — afirmou.
Ainda de acordo com Teixeira, além do próprio 3º BPM, estavam no entorno do Engenhão homens do 1º Comando de Policiamento de Área (CPA) e do Comando de Operações Especiais (COE), que inclui o Batalhão de Choque e o Batalhão de Ação com Cães (BAC). Guardas municipais também patrulhavam o local.
— O Botafogo foi informado de que o jogo foi confirmado. Estamos preocupados e preferimos que o jogo não acontecesse. Temos relatos de tiros, de bombas e de muita confusão do lado externo. Mas, da forma que nos foi colocado, nós vamos entrar em campo — disse, ainda antes da partida, o vice-jurídico do Botafogo, Domingos Fleury.
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