Partidos progressistas lançam frente ampla pela democracia, soberania nacional e direitos do povo

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A resistência está formada. Sete partidos políticos lançaram nesta manhã (18) uma frente ampla em defesa das liberdades democráticas, dos direitos políticos e de eleições livres; contra a violência, o ódio e a intolerância; e pela salvaguarda dos direitos sociais, da soberania e do patrimônio nacional. Em ato com a participação de várias forças políticas e sociais, PT, PDT, PSB, PCdoB, PSol, PCB e PCO, juntamente com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, assinaram na Câmara dos Deputados um manifesto se contrapondo à retirada de direitos promovida pelo governo Temer e à escalada antidemocrática no Brasil.
O manifesto é uma grande convocação à luta e à resistência em favor do Brasil e do povo brasileiro. A ideia é ampliar esse movimento para fazê-lo chegar a todos os cantos do País, agregando mais e mais forças. “Os partidos que subscrevem esse manifesto convocam todos os setores sociais comprometidos com os valores democráticos à formação de uma ampla frente social. Essa frente, que não tem finalidades eleitorais, buscará estimular um amplo debate nacional contra o avanço do ódio, da intolerância e da violência”, afirmam dos partidos e as frentes que subscrevem o documento.
A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), ao classificar a iniciativa como algo histórico e inédito, disse que – para além das divergências partidárias – as forças políticas que se unem nessa frente estão voltadas à defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos do povo brasileiro. “Como partidos políticos – que ajudamos a estruturar a esquerda neste País, que historicamente estivemos ao lado dos trabalhadores e que sempre lutamos pelos direitos do povo -, temos a obrigação de nos unir para enfrentar essa verdadeira barbaridade que existe hoje no País”, destacou.
Foto: Lula Marques
A senadora citou o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ) e a prisão ilegal e sem provas do ex-presidente Lula como símbolos maiores da ascensão da violência e do desrespeito ao Estado Democrático de Direito. “Essa prisão é resultado do processo de desestruturação da democracia, de ataque à soberania e de afronta aos direitos do povo brasileiro. O presidente Lula não merecia estar ali, primeiro porque ele é inocente, segundo porque as forças que o condenaram estão jogando o Brasil no retrocesso”, protestou Gleisi.
Ela ressaltou ainda a importância do engajamento pela liberdade do ex-presidente, justamente por ele representar a resistência e a luta de um povo que nunca teve seus direitos respeitados pela elite que governa hoje o País. “A liberdade de Lula não é apenas a liberdade de Lula é também a liberdade do povo brasileiro”, pontuou. E, de maneira emocionada, falou para os participantes do ato de lançamento da frente sobre sua experiência de reencontrar o presidente Lula, durante visita, ontem, à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. “Percebemos o quanto ele é forte”, disse, ao questionar toda a farsa midiática e jurídica que busca transformar Lula num fora-da-lei.
“Que bandido teria na hora da sua prisão uma multidão para levá-lo nos braços? Que bandido teria na hora da sua prisão lideranças políticas expressivas ao seu lado? Que bandido teria no momento da sua prisão lideranças dos movimentos sociais e sindicais desse País? Que bandido receberia tanta solidariedade internacional? Que bandido teria nove governadores de estados indo à Polícia Federal para visitá-lo, mas sendo impedidos de entrar? Que bandido teria uma comissão de senadores ou comissão de deputados querendo visitá-lo? Que bandido teria um prêmio Nobel da Paz e alguns ex-chefes de Estado querendo visitá-lo?”, questionou Gleisi, de maneira indignada.
Foto: Lula Marques
A senadora chamou a atenção para o momento singular de ataque à democracia, após 30 anos do pacto democrático firmado pela Constituição de 1988. “Até mesmo a formalidade das próximas eleições não está assegurada. Não sabemos se vamos ter eleições em outubro, e isso não é um terrorismo. É um problema que temos que olhar e ter cuidado. O que está acontecendo é que eles querem dizer quem vai participar das eleições, quem são os candidatos que podem entrar ou não. E talvez, se não tiverem um candidato viável da centro-direita, podemos ter, sim, a surpresa de que as eleições não se realizem, porque estamos numa instabilidade. É preocupante esse quadro”, alertou.
Além de deputados de vários partidos e de representantes de vários movimentos sociais e sindicais participaram do ato, a deputada Luciana Santos (PE), presidenta do PCdoB; Carlos Lupi, presidente do PDT; Antônio Carlos Silva, da diretoria executiva do PCO; Juliano Medeiros, presidente do PSol; Paulo Oliveira, do Comitê Central do PCB; e Carlos Siqueira, presidente Nacional do PSB.