Ciro critica Eunício toda semana, mas seus partidos seguem unidos no Ceará











(FOTOS: Agência Brasil)

Toda semana é a mesma coisa. Ciro Gomes, presidenciável do PDT, critica a aliança branca do PDT e PT no Ceará com o MDB do senador Eunício Oliveira. E nada muda e todos ficam no mesmíssimo lugar: ambos são governistas, dividem colégios eleitorais e compõem a base aliada do governador Camilo Santana. Estão do mesmo lado.

Se as convicções alardeadas por Ciro e o silêncio resignado de Eunício, respectivamente as maiores lideranças do PDT e do MDB no Ceará, não bastam para a promoção de um rompimento com Camilo, é porque no fundo acabam relativizadas pelas circunstâncias. Não são, portanto, convicções.

Na política, é importante analisar se as falas combinam com as ações. Discursos servem muitas vezes para disfarçar razões que a lógica comum desconhece. E o fato que nem Ciro e Eunício conseguem contornar é que apesar toda conversa, das especulações, dos ruídos e fofocas, PT, PDT e MDB estão juntos no Ceará. Um rápido exame disso à luz do método dedutivo basta para concluirmos que se é assim acontece, é por decisão consensual das lideranças desses partidos.

Dizer que tudo é teatro, que tudo é combinado, talvez seja exagero. Há um desconforto, algum ressentimento nessa união, mas nada que não possa ser superado pelo, digamos assim, pragmatismo político de profissionais experientes

Tribuna do Ceará