Mulheres mobilizam ato contra Jair Bolsonaro no Ceará e em outros 19 estados








Bolsonaro em discussão com Maria do Rosário na Câmara, em 2016, em debate sobre violência contra a mulher. (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

As mobilizações contra a candidatura do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) devem se estender das redes sociais para as ruas. No dia 29 de setembro, há manifestações marcadas em 20 estados. No Ceará, o ato vai mobilizar mulheres em Fortaleza, no sábado, a partir das 15 horas, na Praia dos Crush, na Praia de Iracema.

O evento “Mulheres unidas contra Bolsonaro! – Ceará” já soma 12 mil interessados e 6 mil confirmações de participação pelo Facebook até a manhã da terça-feira (18). O objetivo é reunir principalmente mulheres que são contrárias aos posicionamentos do candidato.

A caminhada em Fortaleza terá concentração às 15 horas para confecção de cartazes e sairá às ruas a partir das 16 horas. O ponto de referência da Praia dos Crush é o espigão da rua João Cordeiro.


Redes sociais

A mobilização contra Bolsonaro ganhou força nas redes sociais nas últimas semanas com a criação do grupo “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” que chegou a reunir cerca de 2,5 milhões de mulheres. No sábado (15), o grupo no Facebook foi atacado por hackers que alteraram o título do grupo com palavras a favor do candidato.

Considerado misógino e machista, Jair Bolsonaro já foi condenado no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), em 2017, por danos morais contra a deputada Maria do Rosário, em um dos episódios mais emblemáticos de sua carreira contra as mulheres.

Em 2014, ele disse que Maria do Rosário “não merecia ser estuprada” porque ele a considera “muito feia” e a petista não faz o “tipo” dele. Por essa mesma declaração, o deputado é réu no Supremo Tribunal Federal (STF).

“A expressão ‘não merece ser estuprada’ constitui uma expressão vil que menospreza a dignidade de qualquer mulher, como se uma violência brutal pudesse ser considerada uma benesse, algo bom para acontecer com uma mulher”, disse a ministra Nancy Andrighi, relatora do caso no STJ, à época.

Em 2015, ele defendeu que mulheres deveria ganhar menos que homens porque engravidam. Em 2017, disse ainda que sua filha, a única após quatro filhos, nasceu de uma “fraquejada”. “Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio mulher”, afirmou.

O candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, o General Hamilton Mourão (PRTB), na segunda-feira (17), reforçou a situação crítica na relação da chapa com as mulheres. Ele disse que famílias pobres “sem pai e avô, mas com mãe e avó” são “fábrica de desajustados” que fornecem mão de obra ao narcotráfico.

Tribuna do Ceará