Governo fecha cadeias públicas, e detentos são transferidos para presídios superlotados





Mais de 5 mil detentos foram transferidos (FOTO: Reprodução TV Jangadeiro)

O Governo do Estado segue com a transferência de presos das cadeias públicas do interior para as grandes penitenciárias. O número de unidades desativadas pode chegar a 80.

Mais de mil detentos foram transferidos. Apesar de não ter registro de mortes depois da medida, a preocupação é com as condições que os presos serão submetidos e também com o número de profissionais que vão fazer a segurança nas unidades.

Sessenta e sete cadeias públicas do interior já foram desativadas, de forma permanente, na última semana. Outras unidades estão em análise e também podem ser fechadas nos próximos dias. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária, o motivo é a falta de segurança, como ausência de muralhas, guaritas e guarda externa, o que facilita os riscos de fugas e tentativas de resgates.

Com a medida, cerca de mil detentos foram transferidos para outras unidades prisionais em municípios vizinhos e para as grandes penitenciárias da Região Metropolitana de Fortaleza, que já sofriam do problema de superlotação. Para se ter uma ideia, em dezembro do ano passado esses locais abrigavam quase 66% de presos a mais do que a capacidade.

Somente no IPPOO II, eram mais de mil internos para menos de 500 vagas. No Centro de Detenção Provisória, eram 968 presos para 568 vagas.



Mesmo com excedente de internos, o Sindicato que representa os agentes penitenciários acredita que as transferências são necessárias. O Conselho Penitenciário destaca que a preocupação era que houvesse conflitos nas unidades com a chegada dos novos internos, mas ainda não houve nenhum registro.

Nos próximos dias, o Ceará deve receber novos agentes de segurança de outros estados para reforçar a força-tarefa de intervenção penitenciária. Cinco devem embarcar de Belo Horizonte para Fortaleza na terça-feira (22). Outros 11 seguem para Brasília onde ficarão de sobreaviso. Mas o Sindicato dos agentes penitenciários afirma que o governo precisa contratar profissionais que estão no cadastro de reserva do último concurso realizado.

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que o primeiro dos 14 presídios regionais, que devem substituir as cadeias públicas no interior, está em construção no município de Horizonte, com 685 vagas, devendo ser inaugurado ainda este ano, e que também estão em construção a cadeia pública de Tianguá, com 153 vagas, e um presídio de segurança máxima, com 168 vagas.