Em meio à crise, Moro e Dallagnol se afastam dos holofotes





Em meio à crise aberta com a divulgação de mensagens trocadas com o procurador Deltan Dallagnol, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deve tirar uma licença entre a próxima segunda-feira (15) e a sexta (19) para "tratar de assuntos particulares". Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba, por sua vez, não comparecerá à audiência para a qual foi convidado na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, marcada para a tarde de hoje (9).

A solicitação de presença no colegiado foi feita pelo deputado Rogério Correa (PT-MG), após o site "The Intercept Brasil" começar a publicar mensagens trocadas entre a força-tarefa e o ex-juiz federal Sergio Moro pelo aplicativo Telegram. Em ofício enviado nesta segunda-feira ao Legislativo, Dallagnol diz respeitar o Congresso, que trata como "uma das instituições mais relevantes em nossa democracia", mas afirma que prefere manter manifestações "na esfera técnica".

"Muito embora tenha sincero respeito e profundo apreço pelo papel do Congresso Nacional nos debates de natureza política que realiza e agradeça o convite para deles participar, acredito ser importante concentrar na esfera técnica minhas manifestações".

O procurador ainda reafirma o discurso de que as mensagens têm "origem criminosa, cuja veracidade e autenticidade não reconhecemos, e que vêm sendo usadas para atacar a Operação Lava Jato".

Licença

Segundo despacho publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial da União, o motivo do afastamento temporário de Moro, por sua vez, será para "tratar de assuntos particulares". A assessoria da Pasta informou que o ministro entrará de férias.

Como ainda não pode tirar férias oficialmente, por ter começado a trabalhar no ministério em janeiro, o ministro optou por uma licença não remunerada. Durante a ausência de Moro, o secretário executivo Luiz Pontel responderá interinamente pelo ministério. Moro diz não reconhecer a autenticidade das mensagens obtidas pelo site e nega ter cometido ilegalidades na condução da Lava Jato.