Governador anuncia nesta terça-feia (5), novo pacote de medidas contra o coronavírus no Ceará

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O governador Camilo Santana (PT) ainda está reunido com secretários do Estado e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), para definir novo pacote de ações de combate à pandemia do coronavírus no Ceará. O conjunto de medidas será divulgado amanhã de manhã.


“Diante do grave avanço do coronavírus, entrarão em vigor medidas mais rígidas, principalmente em Fortaleza”, reiterou o governador na noite desta segunda-feira.


Participam do encontro os chefes da Casa Civil, Élcio Batista, da Secretaria da Saúde do Estado, dr. Cabeto, da Saúde de Fortaleza, Joana Maciel, da Fazenda do Ceará, Fernanda Pacobahyba, o procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro, o procurador-geral do Estado, Juvêncio Viana, e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Sarto (PDT).

Entre as possíveis mudanças nesse endurecimento contra o avanço da doença, está a adoção do “lockdown”, que inclui bloqueio de divisas entre municípios com objetivo de reduzir drasticamente o fluxo de pessoas e de veículos nas ruas, além de criar protocolos rígidos de acesso aos estabelecimentos, como supermercados e farmácias.


Publicado em 20 de março, o decreto estadual que institui o distanciamento social e determina a suspensão de atividades não essenciais no Ceará expira amanhã, terça-feira, 5.


No último sábado, 2, Camilo anunciou que prorrogaria o documento e empregaria resposta mais dura contra a disseminação da covid-19, que já contaminou mais de 11 mil e matou 712 até agora.


Nesse mesmo dia, o governador descartou flexibilizar a quarentena em Fortaleza, ainda que sob pressão de parte do setor produtivo para liberar a volta ao trabalho, e admitiu que o lockdown estava sob análise.


Em conversa com O POVO ontem, o presidente da Associação dos Municípios do Ceará (Aprece), Nilson Diniz, defendeu o bloqueio em Fortaleza e sua região metropolitana a fim de impedir a expansão do surto da doença para o Interior.


Prefeito de Cedro, Diniz informou que a cidade registrou nesse domingo o seu primeiro caso da enfermidade. Ele teme que a infecção se espalhe pelo restante do Estado, já que o trânsito da Capital para outros municípios segue alto, apesar do decreto que reduziu transporte.


Para Diniz, o lockdown é a única solução que pode ser tomada num momento de crescimento exponencial do número de contágios e de óbitos em Fortaleza.


Essa alternativa, porém, impõe uma série de estudos de operacionalização, com a instalação de barreiras e controle policial nas divisas entre as cidades.


Um contingente de segurança pública precisaria ser deslocado para assegurar que a determinação seria cumprida, impedindo que os bloqueios sejam furados, tal como já vem acontecendo com a recomendação de distanciamento social.


Outro item presente entre as possíveis ações do Governo do Estado é a obrigatoriedade do uso de máscaras já a partir desta semana.


Todas essas alterações e protocolos passam pelo crivo de técnicos da Saúde do Estado, que avalizam as medidas para atenuar o impacto na rede de UTIs.


Apesar dos esforços do governador e do prefeito Roberto Cláudio (PDT) na ampliação de leitos, o sistema público está muito perto do esgotamento, como Camilo ressaltou em entrevista.

Em Fortaleza, a taxa de ocupação dos leitos especiais para pacientes de covid-19 está próxima dos 100%.

O POVO Online