O senador Cid Gomes (PDT) defendeu hoje uma aliança dos partidos da base do prefeito Roberto Cláudio (PDT) e do governador Camilo Santana (PT) para se apresentar como alternativa ao que chamou de um “projetinho de Bolsonaro aqui no Ceará e aqui em Fortaleza”.
As declarações foram dadas ao jornalista Fábio Campos, em transmissão ao vivo pelas redes sociais.
Segundo o pedetista, “no caso de Fortaleza, dada a conjuntura, quanto mais a gente puder somar, agregar, e o nome vai ter influência nisso, melhor para que a gente possa ser uma alternativa a um projetinho de Bolsonaro”.
Para Cid, esse projeto ao qual se opõe é simbolizado localmente pelo deputado federal e pré-candidato Capitão Wagner (Pros), citado por ele na conversa.
“O Wagner é a representação desse projeto nacional do Bolsonaro. Todas as forças que se contrapõem a esse projeto deveriam pensar, se não uma aliança no primeiro turno, que seria o ideal, pelo menos no segundo turno”, acrescentou.
Sobre a possibilidade de o candidato à sucessão de Roberto Cláudio não ser um nome do PDT, mas de fora da legenda, Cid respondeu: “Nós temos que ter em vista que o projeto tem que ser maior do que o projeto de um partido”.
As afirmações do senador ecoam as de Ciro Gomes (PDT), que, em entrevista ao O POVO há alguns dias, sustentou a tese de uma aliança entre PDT e PT na capital cearense para enfrentar Capitão Wagner.
“Não podemos dar em Fortaleza uma vitória a Bolsonaro”, disse o ex-presidenciável, para quem o PT de Lula tentaria impedir um possível entendimento entre as duas legendas nas eleições de Fortaleza.
Também presente à conversa com Cid, o prefeito Roberto Cláudio assinalou que, “prioritariamente, quero alguém do PDT” para concorrer ao Executivo municipal, mas ressalvou que “não está descartado nenhum cenário”.
No início do mês, três secretários municipais e dois estaduais foram desincompatibilizados para estarem à disposição caso sejam escolhidos como candidatos na chapa governista.
Da Prefeitura, saíram Samuel Dias (antes na Secretaria de Governo), Alexandre Pereira (ex-Turismo) e Ferruccio Feitosa (Regional II).
Já o Governo do Estado exonerou Élcio Batista (PSB), então na Casa Civil, e Nelson Martins (PT), à frente das Relações Institucionais.
Petistas mais próximos de Camilo Santana têm defendido o nome de Martins como único capaz de unir as duas siglas (PT e PDT) já no primeiro turno das disputas.
Aliado do governador, o deputado estadual Acrísio Sena disse à coluna nessa terça-feira que o “sentimento do Camilo é pacificar e unificar já no primeiro turno, até porque a conjuntura é difícil, com uma coesão em torno da candidatura de oposição”.
O arranjo, porém, encontra resistência dentro do ninho petista, onde a deputada federal Luizianne Lins já costura sua própria postulação.
O POVO