A cúpula do PDT cearense comunicou na tarde desta segunda-feira (7), após reunião realizada no mesmo dia, a intenção de manter a aliança com todos os partidos que hoje compõem a base do governador Camilo Santana – incluindo o partido do próprio, o PT. A decisão vem em meio a tensões entre os dois partidos no que diz respeito à conjuntura para a eleição estadual, tendo como pano de fundo a disputa à Presidência da República.
Estavam presentes os principais nomes do PDT do Ceará, incluindo o senador Cid Gomes e o deputado federal e presidente estadual do partido André Figueiredo, além dos pré-candidatos cotados para disputar o Governo do Estado este ano: a vice-governadora Izolda Cela, o presidente da Assembleia Legislativa Evandro Leitão, o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio e o deputado e ex-secretário estadual de Planejamento e Gestão Mauro Filho.
“Nós queremos, claro, a manutenção dessa composição para que possamos ter em outubro a permanência de um projeto que dá certo e afastar qualquer perspectiva de que projetos retrógrados, inexperientes e sem qualquer competência possam ser implantados no estado, realidade que infelizmente a gente vê implantada no Brasil”, pontuou André Figueiredo, que preside a legenda no Ceará.
O grupo também reiterou apoio à candidatura do ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT) ao Palácio do Planalto, lançada no último mês pela legenda. Conforme Cid, o projeto estadual tocado atualmente no Ceará é uma inspiração para o projeto que Ciro pretende implantar nacionalmente. O presidenciável, em meio a isso, é também o principal ponto de rejeição em meio a quadros rebeldes de partidos aliados no cenário local, especificamente o PT, com alguns dos parlamentares da legenda rechaçando declarações de Ciro contra o ex-presidente Lula (PT).
PT
Nos últimos dias, a ala do PT que defende abandonar a aliança com os pedetistas no Ceará vem se movimentando em torno da defesa de uma candidatura própria do partido para a sucessão de Camilo, com a realização de reuniões e a divulgação de uma carta aberta assinada pelos deputados José Airton Cirilo, Luizianne Lins e Elmano de Freitas – principais expoentes dessa tese e, no caso dos dois primeiros, prováveis nomes a serem escolhidos para a disputa caso a escolha de lançar candidatura própria seja efetivada.
Por outro lado, o controle do PT no estado atualmente está concentrado em nomes que defendem a manutenção da aliança, com apoio do partido ao candidato pedetista para o Palácio da Abolição e apoio dos pedetistas a Camilo Santana para o Senado Federal
Zezinho
Cid Gomes, na ocasião, chegou a afirmar que o deputado Zezinho Albuquerque (PDT), apesar de não estar escalado entre os quatro principais nomes para disputar o Governo do Estado, está bem-vindo a se colocar como um desses pré-candidatos pelo partido. Zezinho, que ocupou a Secretaria das Cidades durante a atual gestão estadual, é um nome próximo à cúpula pedetista e que já presidiu a Assembleia Legislativa do Ceará em diferentes ocasiões.
O senador pontuou, por outro lado, que o nome de Zezinho não é mais trabalhado, na prática, como quadro do PDT devido à iminente saída dele para o PP, o que deve ocorrer na próxima janela partidária. Cid fez questão de ratificar que, apesar da mudança, as relações do aliado com os pedetistas não estão estremecidas: “Zezinho é meu amigo desde 1990, há mais de 30 anos”, pontuou.
O parlamentar se desincompatibilizou da administração pública para disputar, este ano, uma vaga para a Assembleia Legislativa. Por orientação de Camilo, os secretários de Estado que têm intenção de se candidatar tiveram que deixar seus cargos logo no início do ano – em vez do usual abril, prazo final definido pela Justiça Eleitoral para esses servidores – de modo a facilitar o processo de sucessão nas secretarias e o planejamento do ano na gestão pública. Zezinho Albuquerque vai migrar para o PP de seu filho, AJ Albuquerque, e deve levar aliados.
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