Argentina vive nova crise, e lojas não sabem nem quanto cobrar




No último dia 5, lojas do comécio popular tinham em suas vitrines cartazes anunciando que todos os produtos estavam 20% mais caros do que o registrado nas etiquetas.




Tribuna da Bahia, Salvador

Foto: Getty Images


Por Luciana Dyniewicz

Lojas de comércio popular do bairro Once, em Buenos Aires, demoraram para abrir na última terça-feira, 5, e, quando receberam os consumidores, tinham em suas vitrines cartazes que avisavam que todos os produtos estavam 20% mais caros do que o registrado nas etiquetas. O atraso para abrir, assim como os cartazes, decorriam do fato de os empresários não saberem mais quanto cobrar dos clientes.

"Ninguém sabia se o dólar ia aumentar ou se ia faltar mercadoria Na segunda (4), muitos comércios nem funcionaram porque não tinham mais um preço de referência para as vendas", disse o porta-voz da Confederação Argentina da Média Empresa (Came), Salvador Femenía.

A incerteza já era alta nos últimos meses, mas aumentou após a renúncia, no último dia 2, um sábado, de Martín Guzmán, ministro da Economia desde o início do governo Alberto Fernández. Em março, Guzmán havia fechado um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para pagar uma dívida de US$ 44 bilhões entre 2026 e 2034. Como contrapartida, o órgão pediu ao país que reduzisse o déficit fiscal de 3% do PIB, neste ano, para 0,9% em 2024. A vice-presidente, Cristina Kirchner, porém, se posicionou contra esse acordo, gerando uma crise no governo. Ela venceu a disputa.

Fernández anunciou que Silvina Batakis (próxima de Cristina e tida como mais heterodoxa) substituiria Guzmán só na segunda-feira. "Ficamos um dia e meio sem ministro. Parecia que ninguém queria (o cargo). Isso gerou uma desconfiança gigante", disse o economista-chefe da consultoria argentina EconViews, Andres Borenstein.

Fonte: Agência Estado

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